Madri, 5 jun (EFE).- Lesões inoportunas, decisões técnicas inesperadas, questões pessoais e até contas com a justiça tiraram da Eurocopa 2012 vários jogadores que agora terão que se contentar em acompanhar o tradicional torneio continental pela televisão ou nas tribunas dos estádios da Polônia e da Ucrânia.
Na atual campeã europeia e mundial, a Espanha, o zagueiro Carles Puyol e o atacante David Villa, prejudicaram a espinha dorsal de uma equipe que, mesmo assim, chega para a competição na Polônia e na Ucrânia como uma das favoritas.
Puyol passou por cirurgia no joelho direito no último dia 12 e voltará aos gramados apenas durante a pré-temporada do Barcelona. O mesmo acontecerá com Villa, que fraturou a tíbia da perna esquerda ainda na disputa do Mundial de Clubes, em dezembro de 2011, e ainda não se recuperou.
No entanto, a Inglaterra é a seleção mais atrapalhada pelos contratempos. A baixa mais recente foi o zagueiro Gary Cahill, que no último sábado fraturou a mandíbula no amistoso contra a Bélgica e no dia seguinte foi cortado pelo técnico Roy Hodgson, que convocou Martin Kelly, do Liverpool, para o lugar.
Hodgson teve dois outros problemas já na fase de preparação para a Euro, ambos no meio-campo titular. Uma ruptura muscular na coxa direita sofrida em um treino do 'English Team' impediu que Frank Lampard seguisse no grupo, dias depois do corte do volante Gareth Barry devido a problemas em músculos do abdômen.
Uma das grandes promessas do futebol inglês, o meio-campista Jack Wilshere sofreu uma fratura por estresse no tornozelo direito ainda durante a temporada pelo Arsenal, e não pôde ser convocado.
Na zaga, além de Cahill, a ausência é uma dupla do Manchester United. Chris Smalling sofreu uma lesão muscular, e Rio Ferdinand, um dos defensores mais destacados da história recente da Inglaterra, ficou fora por decisão de Hodgson.
Aos 33 anos e com 81 partidas com a camisa da seleção, Ferdinand pode encerrar a carreira sem disputar a Eurocopa. Em 2004, ele estava suspenso por ter se ausentado de um exame antidoping, e quatro anos depois a Inglaterra não se classificou para o torneio.
Os problemas no 'English Team' também passam pelo gol. John Ruddy, do Norwich, fraturou o dedo e foi substituído pelo jovem Jack Butland, que atuou nesta temporada por empréstimo pelo Cheltenham, da quarta divisão inglesa.
No futebol italiano, a sombra da corrupção voltou a ameaçar, o que afeta a seleção. Investigado pelo caso, o lateral Domenico Criscito foi pré-convocado pelo técnico Cesare Prandelli, mas não figurou na lista final.
Por sua vez, o atacante Giuseppe Rossi sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito em outubro do ano passado e se aproximou da recuperação, mas voltou a sentir a contusão em abril deste ano.
Outra das consideradas grandes, a França não ficou isenta de desfalques. O problema mais grave foi o do lateral-esquerdo Eric Abidal, vítima de um tumor no fígado e que posteriormente teve que passar por um transplante. Já o lateral-direito Bacary Sagna teve uma grave contusão na fíbula da perna direita
O treinador Laurent Blanc também perdeu o atacante Loic Remy, com dores no quadríceps. Por outro lado, Yoann Gourcuff viveu uma temporada ruim no Lyon e foi preterido.
Melhor sorte teve o técnico da Alemanha, Joachim Löw. Com a recuperação do volante Bastian Schweinsteiger, ele não teve nenhuma baixa por lesão.
As ausências mais significativas foram a do volante Sven Bender e a do atacante brasileiro naturalizado Cacau, ambas por escolha de Löw.
O lateral-esquerdo Erik Pieters é o principal desfalque por lesão na Holanda. A torcida e a imprensa local também sentiram falta do atacante Bas Dost, artilheiro do Campeonato Holandês defendendo o Heerenveen, feito que não foi suficiente para sensibilizar o treinador Bert van Marwijk.
Uma das anfitriãs, a Ucrânia ficou sem o goleiro Oleksandr Shovkonskiy, com uma contusão no ombro, e Portugal não poderá contar com o meio-campista Carlos Martins, afastado por causa de uma lesão na panturrilha. Na Rússia, o zagueiro Vasiliy Berezutskiy ficou fora por conta de problemas no quadril, e o volante Roman Shishkin não está com a seleção devido a uma gastroenterite.
Contundido no ombro, o goleiro Lukas Fabianski, do Arsenal, desfalcará a Polônia, outra seleção que jogará diante de sua torcida. Por sua vez, a Irlanda, do técnico Gionvanni Trapattoni, ficou sem o zagueiro Kevin Foley e os meio-campistas Keith Fahey e James McCarthy.
Na Dinamarca, o desfalque mais sentido foi o do goleiro titular, Thomas Sorensen, que machucou as costas no amistoso contra o Brasil, há menos de duas semanas. Outra ausência é a do lateral Nicolai Boilesen, com uma lesão na coxa. Promessa sueca, o atacante John Guidetti não foi convocado devido a uma inflamação em um nervo da coxa.
O lateral tcheco Daniel Pudil tinha tudo para ir à Euro. Até que Vladimir Darida foi convocado pelo treinador Michal Bilek devido à má condição física do meia Tomas Rosicky. No entanto, Rosicky se recuperou, mas Darida agradou muito ao técnico Michal Bilek, que acabou cortando Pudil.
O técnico da Croácia, Slaven Bilic, esperou até o último momento pelo zagueiro Dejan Lovren, que há um mês sofreu uma lesão no ligamento do tornozelo direito, mas deverá estar disponível já na estreia, no próximo domingo, contra a Irlanda.
Por outro lado, Bilic perdeu na última segunda-feira o atacante Ivica Olic. O jogador que está de saída do Bayern de Munique para defender o Wolfsburg lesionou a coxa direita no amistoso contra a Noruega, no último sábado, e deu lugar a Nikola Kalinic. EFE