CONACRI (Reuters) - Os trabalhos na enorme mina de minério de ferro de Simandou e no projeto de infraestrutura da Guiné deverão ser reiniciados em março, disse a junta militar da Guiné em um comunicado de 30 de janeiro visto pela Reuters nesta quarta-feira.
As autoridades guineenses ordenaram que o trabalho em Simandou parasse em julho do ano passado em uma tentativa de forçar os acionistas --que incluem Rio Tinto (LON:RIO), Aluminium Corporation of China (Chinalco) e China Baowu Steel (Baowu)-- a acordar os termos da joint venture.
Os parceiros pretendem que os termos finais sejam acordados o mais tardar em 28 de fevereiro, disse a junta militar da Guiné em um comunicado resumindo uma visita do líder golpista coronel Mamady Doumbouya e outros altos funcionários à China, de 11 a 22 de janeiro, durante a qual se reuniram com a Baowu.
"A missão foi excelente e conclusiva, pois se compromete com o reinício do enorme projeto Simandou o mais rápido possível em março de 2023, sujeito a negociações sobre os termos do projeto sendo finalizadas no máximo em 28 de fevereiro", disse o departamento de comunicações da junta.
De acordo com o comunicado, Doumbouya apoiou a Baowu no investimento em Simandou, mas lembrou à empresa os prazos que o projeto deve cumprir.
Em março do ano passado, a junta, que assumiu o poder em um golpe em setembro de 2021, disse que a infraestrutura de Simandou --uma ferrovia de 600 quilômetros e um porto-- deve ser concluída até dezembro de 2024 e a produção deve começar até 31 de março de 2025, um cronograma que analistas dizem ser altamente ambicioso.
(Por Saliou Samb e Sofia Christensen)