Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar passou a oscilar entre pequenas quedas e altas ante o real nesta quinta-feira, após a chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, e fortes indicadores econômicos reforçarem as apostas de que os juros vão subir em breve na maior economia do mundo.
O movimento vinha mesmo após o Banco Central manter sua forte atuação no mercado de câmbio, após as recentes altas do dólar sobre o real.
Às 12:16, o dólar recuava 0,32 por cento, a 3,4106 reais na venda, após ter recuado 0,56 por cento na véspera. O dólar futuro registrava baixa de cerca de 0,65 por cento.
Na mínima do dia, chegou a 3,3876 reais e, na máxima, a 3,4290 reais.
"A Yellen e, depois, os indicadores fizeram os Treasuries subirem e levaram a uma reprecificação dos ativos. O dólar ainda conseguiu sustentar mais tempo a baixa porque o BC está agindo certinho", comentou um operador-sênior de uma corretora nacional.
Em discurso preparado, Yellen disse que o Fed pode elevar a taxa de juros "relativamente em breve" se os dados econômicos continuarem indicando melhora do mercado de trabalho e inflação em alta, em uma clara indicação de que o Fed pode agir no próximo mês.
Às 13:00 (horário de Brasília), Yellen participa de audiência no Congresso norte-americano, sua primeira fala após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
As apostas de alta de juros nos EUA foram reforçadas com a divulgação de que a inflação no país foi a maior em seis meses em outubro e que o início de construções de novas moradias saltou 25,5 por cento no mês passado.
O Treasury de dez anos, que caía mais cedo, passou a subir.
Pela manhã, o dólar chegou a marcar 1 por cento de queda frente ao real influenciado pelos leilões de swap tradicional, equivalente à venda futura de dólares, pelo BC.
"O BC entrou pesado ontem e avisou que repetiria o movimento hoje", comentou o operador da Ouro Minas Corretora, Maurício Gaioti. "Mas o mercado está respeitando o nível de 3,40 reais e, quando vai abaixo, atrai compradores", completou ao justificar o movimento acima das mínimas ao longo da manhã.
O BC vendeu nesta manhã todos os 10 mil novos contratos de swap tradicional e também todos os 20 mil para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.
Entre os dias 9 e 14 deste mês, o dólar saltou quase 9 por cento sobre o real com forte onda de aversão ao risco após a eleição de Trump. Investidores acreditam que a sua política econômica pode ser inflacionária, o que pressionaria o Fed a elevar ainda mais os juros, aumentando a possibilidade de atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.