Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - O valuation das ações dos EUA continua “caro de modo geral” na visão dos estrategistas do Morgan Stanley (NYSE:MS), em um novo alerta aos clientes. O S&P 500 fechou a semana passada com uma desvalorização de quase 2,7%, após cair mais de 1% na sexta-feira. O índice chegou a tocar as mínimas de cinco semanas, antes de se recuperar no fechamento até cerca de 3970 pontos.
Apesar do repique até quase 4200 pontos no S&P 500, os estrategistas mantêm a visão de que as ações estão sobrevalorizadas e que uma correção no curto prazo deve se estender bem abaixo dos 4000 pontos. Essa perspectiva baixista se baseia em expectativas de que, nas próximas semanas, serão divulgados mais resultados corporativos negativos.
“A queda das previsões de resultados é uma raridade para um índice tão diversificado e de alta qualidade como o S&P 500, razão pela qual os bear markets são muito menos frequentes dos que os bull markets. Contudo, quando se firma uma tendência de baixa, é muito difícil pregar seu fim até que as previsões de lucro por ação para os próximos doze meses parem de cair”, escreveram os estrategistas em uma nota aos clientes.
Em seu relatório semanal regular, os analistas do banco destacaram que as ações dos EUA estão mais caras do que em qualquer momento desde 2007 e a Crise Financeira Global. O recente movimento de alta nos papéis americanos provavelmente será uma “armadilha para os comprados”, acrescentaram.
“Acreditamos que este rali é uma armadilha para os comprados, mas reconhecemos que esses níveis podem se firmar e que o mercado acionário pode ter um fôlego a mais, antes de precificar plenamente a queda dos resultados corporativos. Acreditamos que as taxas de juros e o dólar precisam cair para que esse movimento tenha sustentação. Do contrário, se as taxas e a moeda americana subirem, o suporte técnico deve ser perdido rapidamente”, afirmaram.
“Dada a nossa visão de que a recessão dos resultados está longe de acabar, acreditamos que março é um mês de alto risco para a próxima pernada de baixa nas ações”, concluíram.