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Raúl Castro reforça laços de Cuba com futuros líderes da China

Publicado 06.07.2012, 09:31
Atualizado 06.07.2012, 09:35

Antonio Broto.

Pequim, 6 jul (EFE).- O presidente cubano, Raúl Castro, reuniu-se nesta sexta-feira com os futuros líderes da China, o vice-presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Li Keqiang, um dia após ter conseguido no país importantes acordos de cooperação financeira e em outros setores.

Xi, quem em outubro será nomeado secretário-geral do Partido Comunista da China e em março de 2013 assumirá a presidência do país, substituindo Hu Jintao em ambos os cargos, encontrou Castro na Residência de Chefes de Estado de Diaoyutai, onde também ofereceu um banquete em homenagem ao líder cubano.

Embora o encontro tenha sido importante para pavimentar os laços entre Cuba e a quinta geração de líderes comunistas chineses, que serão liderados por Xi, esta não é a primeira vez que os dois líderes se reúnem. Os dois se conheceram durante a viagem oficial do vice-presidente chinês para ilha caribenha em junho do ano passado.

Antes do encontro com Xi, Castro se reuniu com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e com seu sucessor, o vice-primeiro-ministro Li Keqiang.

"A China dá uma grande importância ao desenvolvimento das relações com Cuba, a partir de um ponto de vista estratégico e de longo prazo", ressaltou Li em seu encontro com Raúl Castro.

O irmão de Fidel quebrou o protocolo no início da reunião e ao invés das saudações formais se desculpou por estar rouco. O presidente cubano explicou que ficou afônico após interpretar a canção maoísta "O Leste é Vermelho" no banquete oferecido na véspera por Hu Jintao.

"Tenho a satisfação de que foi por um nobre propósito", brincou com voz rouca Castro, que explicou que aprendeu essa canção há 60 anos, em um congresso de comunistas na Áustria onde se encontrou com uma numerosa delegação chinesa.

Outro gesto em homenagem a Mao Tsé-tung foi a oferenda de flores que Castro realizou hoje na Praça da Paz Celestial, aos pés do Monumento aos Heróis do Povo, a poucos metros do mausoléu onde se encontra o corpo embalsamado do fundador da República Popular China.

A sexta-feira foi marcada por gestos de aproximação e amizade entre os líderes dos regimes comunistas, enquanto o dia de ontem foi uma jornada mais pragmática, quando as duas nações assinaram oito acordos bilaterais de ajuda financeira e técnica da China para Cuba.

Para alguns observadores, a viagem serviu para construir pontes de cooperação entre Cuba e China, segundo parceiro comercial da ilha após a Venezuela. A visita teria como objetivo justamente diminuir a dependência do país caribenho em relação ao regime de Hugo Chávez.

Raúl Castro, de 81 anos (quatro a menos de que seu irmão Fidel, a quem sucedeu como presidente da ilha caribenha, em 2008), finalizará amanhã sua viagem de quatro dias a Pequim e depois irá para o Vietnã, país que realizou uma reforma econômica parecida com a da China e onde Cuba buscará apoio e inspiração.

O Vietnã se destaca por ser o principal exportador de arroz para Cuba, alimento essencial para a ilha.

Esta é a primeira viagem de Castro aos dois países na qualidade de líder máximo do regime cubano. No entanto, ele já esteve na China em 1997 e 2005, em ambas as ocasiões para estudar a reforma econômica sem abertura política chinesa, e agora para conseguir o apoio de Pequim para as atuais mudanças em Cuba. EFE

abc/dk

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