LONDRES, 11 Set (Reuters) - Os dois maiores bancos da Escócia disseram que vão se mudar para a Inglaterra se os escoceses votarem pela independência na próxima semana, aumentando as incertezas econômicas a serem enfrentadas pelo país se ele decidir acabar com sua união de 307 anos com o resto do Reino Unido.
A diminuição da presença do Royal Bank of Scotland (RBS) e do Lloyds Banking Group, aliada a de outros grupos financeiros líderes que também disseram que poderão transferir algumas operações diante de um voto positivo, poderão representar uma perda significativa dada a importância do setor na economia escocesa.
O RBS, com sede na Escócia desde 1727 e empregador de 11.500 funcionários no país, informou nesta quinta-feira que tinha tomado a decisão porque o voto pela independência criaria incertezas que poderiam afetar sua capacidade de tomar empréstimos.
"O RBS acredita que seria necessário voltar a domiciliar a holding do banco e sua entidade operacional primária (The Royal Bank of Scotland) para a Inglaterra", disse em um comunicado.
O banco, no qual o governo britânico detém 81 por cento, disse que a decisão era parte do plano de contingência antes da votação. O RBS afirmou, no entanto, que tinha a intenção de manter um nível significativo de suas operações e postos na Escócia para apoiar os seus clientes e as atividades de todo o banco no país.
O Lloyds, no qual o governo britânico detém 25 por cento, disse na quarta-feira que seus planos de contingência para a independência escocesa incluíam a criação de "novas e fundamentais entidades jurídicas na Inglaterra", confirmando o que fontes do setor bancário disseram à Reuters na semana passada.
Ambos os bancos já haviam advertido que a independência da Escócia apresentaria um risco significativo para as suas empresas, afetando seus custos de financiamento, de impostos e de governança corporativa.
O Lloyds, que emprega 16 mil funcionários na Escócia, disse que tinha respondido a um aumento no nível de questionamentos de clientes sobre seus planos após a votação da próxima quinta-feira.
(Por Matt Scuffham)