XANGAI (Reuters) - O envolvimento da H.J. Heinz no mais recente escândalo alimentar da China destaca uma preocupação importante para empresas locais e internacionais: como acompanhar o trajeto de ingredientes de fontes diversas em um país onde tecnologias de rastreamento de fornecimento de alimentos estão longe de ser comuns.
A fabricante norte-americana de alimentos pediu desculpas a consumidores chineses na semana passada e disse que vai endurecer os controles sobre fornecedores, após ter sido forçada a fazer o recall de alguns cereais infantis das prateleiras de lojas devido níveis excessivos de chumbo.
Escândalos sobre segurança alimentar eclodem regularmente na China - o KFC, da Yum Brands, o McDonald's, o Wal-Mart e a Fonterra Co-operative foram atingidos recentemente - e tais incidentes podem impactar seriamente as vendas.
No entanto, sistemas de rastreamento por códigos de barras, comuns nos Estados Unidos e na Europa, são em grande parte ausentes.
"A rastreabilidade padronizada de produtos alimentares não existe atualmente na China. Está longe de existir", disse David Mahon, diretor-gerente de uma firma de investimento focada no setor de alimentos e bebidas da China.
A Heinz disse que identificou o fornecedor e o ingrediente - um pó de soja desnatado - responsáveis pelo recall de quatro lotes de seu cereal AD Calcium Hi-Protein de lojas no leste da China, mas acrescentou que a empresa precisa fazer mais para controlar os fornecedores.
"Vamos continuar melhorando os sistemas de controle de segurança alimentar rastreável da 'fazenda à fábrica'", disse a Heinz em um comunicado publicado em seu site chinês.
(Por Adam Jourdan)