PARIS (Reuters) - A Renault sinalizou que bloqueará reformas lançadas pela parceira Nissan na esteira do escândalo Carlos Ghosn, a menos que seja garantida sua representação em novos comitês do conselho, disse uma fonte próxima à montadora francesa.
A Renault, que detém 43,4% da Nissan, informou sua afiliada japonesa em uma carta assinada pelo presidente do conselho, Jean-Dominique Senard, que planeja se abster em uma votação de acionistas sobre os planos, segundo reportagem do Financial Times mais cedo neste domingo.
Uma abstenção da Renault efetivamente bloquearia as reformas, que precisam se aprovação por maioria, com dois terços dos votos.
Uma porta-voz da Renault não respondeu imediatamente a contatos em busca de comentário. Um porta-voz da Nissan não pôde ser alcançado fora do horário comercial no Japão.
A fonte disse que a carta de Senard foi motivada por preocupações sobre a baixa representatividade da Renault nos novos comitês do conselho da Nissan que estão sendo introduzidos após a prisão em novembro do ex-presidente do conselho, Carlos Ghosn, que agora aguarda julgamento no Japão sob acusações de más condutas financeiras-- o que ele nega.
"Não é uma abstenção final, e a posição da Renault ainda pode mudar", disse a fonte da montadora francesa. "Como as coisas estão, a Renault não teve garantia de representação apropriada no comitê como principal acionista da Nissan".
(Por Kanishka Singh e Laurence Frost)