RIO DE JANEIRO (Reuters) - O aeroporto internacional do Galeão vai encerrar 2017 com um aumento no número de passageiros ante 2016 e a expectativa é de um crescimento de 5 por cento no fluxo em 2018, a reboque do avanço na economia, disse em entrevista à Reuters o presidente da concessionária RIOgaleão, Luiz Rocha.
A expectativa é que o movimento de passageiros no terminal internacional do Rio de Janeiro alcance neste ano cerca de 17 milhões de passageiros ante aproximadamente 16,2 milhões em 2016, disse Luiz Rocha, presidente da concessionária.
"Vamos crescer este ano já no ensaio de expansão da economia e projetamos mais 5 por cento em 2018 . Esperamos que o Brasil acelere o crescimento", disse Rocha.
Apesar do avanço, a capacidade ociosa do terminal ainda permanecerá elevada pelos próximos anos. Desde a concessão, em 2014, foram feitos investimentos na modernização e expansão do terminal que hoje conta com estrutura disponível para atender cerca de 36 milhões de passageiros. O atingimento dessa capacidade poderá ser alcançado apenas na próxima década. "Não será para os próximos três anos."
Enquanto isso não acontece, a concessionária conseguiu nesta semana resolver seus problemas financeiros, afirmou o executivo, citando a transação em que o grupo de Cingapura Changi Airports ampliou para 51 por cento sua participação na RIOgaleão e reperfilamento de dívidas da concessão que incluiu a concessão pelo BNDES de empréstimo de longo prazo de 1,6 bilhão de reais.
Questionado sobre oportunidades de novos negócios, Rocha comentou que os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) fariam sentido dentro do portfólio da Changi pelo volume de passageiros que movimenta, localização complementar ao Galeão, mas a decisão cabe aos executivos da empresa de Cingapura e liberações do governo.
"As sinergias seriam muitas com Galeão. Já há muita complementariedade com o Santos Dumont e no caso de Congonhas, esse é um aeroporto no maior centro financeiro do país, com boa localização, boa dimensão de número de voos e de passageiros. É um aeroporto bem interessante de se avaliar", disse o presidente da RIOgaleão.
Porém, uma fonte do governo comentou que não há possibilidade de um mesmo grupo monopolizar aeroportos de uma mesma cidade, mas que o governo tem interesse em vender para sócios privados participações da Infraero em aeroportos já concedidos. "O que o governo não vai permitir é participação cruzada, ou seja, alguém ser majoritário em um terminal como Guarulhos e ser minoritário no Galeão, por exemplo. Não queremos concentração de mercado."
(Por Rodrigo Viga Gaier)