Londres, 15 jul (EFE).- "The Cuckoo's Calling", suspense escrito pela célebre autora de Harry Potter, a britânica J.K. Rowling, sob o pseudônimo "Robert Galbraith", disparou nas vendas no Reino Unido depois que a verdadeira autora da obra foi descoberta.
O livro da escritora, que conta as aventuras de um ex-combatente de guerra convertido em detetive particular, foi publicado em abril sob o nome fictício de Robert Galbraith com sucesso de crítica, mas relevância midiática discreta.
A ascensão do romance, que vendeu desde sua publicação 1.500 cópias, despertou o interesse do jornal "The Sunday Times", que, ao investigar como um escritor poderia conseguir semelhante resposta da crítica, descobriu a caneta de Rowling por trás das páginas.
Um dia depois da revelação, publicada no último domingo, a edição de capa dura de "The Cuckoo's Calling" está nas listas de mais vendidos, segundo a Amazon, enquanto a edição digital também é a mais comercializada na internet.
O livro foi publicado pelo selo Sphere, da editora Little, Brown Book Group, que lançou no ano passado o primeiro romance adulto da escritora, "Morte súbita", sua volta à literatura depois de terminar os sete livros da série Harry Potter em 2007.
Rowling, que, depois de ser descoberta admitiu que teria gostado de manter o segredo "por mais tempo" e que descreveu a experiência como "libertadora", afirmou que as aventuras de seu novo herói, o detetive Cormoran Strike, podem ter continuação.
"Para aqueles que me pediram uma sequência, direi que Robert (o escritor fictício) tem a intenção de continuar escrevendo mais livros desta série, embora provavelmente continuará se esquivando de aparecer publicamente", disse a autora, segundo declarações divulgadas nesta segunda-feira pela imprensa britânica.
A "surpresa" de Rowling, como alguns jornais do Reino Unido classificam a publicação, sacudiu o mundo editorial inglês, que repetiu o mesmo erro que marcou o lançamento das aventuras do pequeno mago mais famoso da história: desprezar o texto por não considerá-lo comercial.
O jornal "The Independent" destaca hoje em seu site as declarações de Kate Mills, responsável por livros de ficção em uma editora londrina, lamentando ter considerado "difícil" lançar um romance de crime na atualidade e, por isso, ter rejeitado a obra que hoje lidera o número de vendas. EFE