INCHEON (Reuters) - A Coreia do Norte enviou sua delegação de mais alto nível à Coreia do Sul neste sábado, e os dois lados concordaram em retomar o diálogo em meio a uma intensa atividade diplomática que aumentou as esperanças de melhores relações entre os arquirrivais.
O líder da delegação foi Hwang Pyong So, que chegou ao aeroporto de Incheon em uniforme militar completo, e Choe Ryong Hae, dois assessores do líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong Un, que foram recebidos no Sul como seus enviados especiais.
Kim Yang Gon, um alto oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e um veterano nas relações com o Sul, também está na delegação que chegou a Incheon para a cerimônia de encerramento dos Jogos Asiáticos.
Não ficou claro o que motivou Pyongyang a realizar a visita surpresa, realizada após aviso com menos de 24 horas de antecedência, mas parece estar em linha com o direcionamento da propaganda estatal do líder Kim de apresentar o país como uma "superpotência esportiva". Kim é um entusiasta dos esportes, e é conhecido por acompanhar basquete e futebol.
As autoridades se encontraram com altos funcionários sul-coreanos, incluindo o ministro da Unificação, encarregado de assuntos intercoreanos, e o presidente do Conselho Nacional de Segurança, Park Geun-hye.
"Os Jogos Asiáticos têm sido um evento significativo que apresenta a glória e força da nação para o mundo", disse Kim em uma reunião. "Foi uma enorme alegria e orgulho para a nação já que tanto o Norte como o Sul tiveram bom desempenho."
O Norte concordou em retomar as negociações, paralisadas desde fevereiro, entre altos funcionários em algum momento entre o final de outubro e início de novembro.
As duas Coreias estão tecnicamente em guerra porque o conflito de 1950-1953 terminou com uma trégua e não um tratado de paz. Os confrontos armados nos últimos anos mataram os soldados de ambos os lados e, em 2010, civis foram mortos quando o Norte bombardeou uma ilha do Sul.
A Coreia do Sul cortou os laços políticos e comerciais com o Norte naquele ano, quando um de seus navios da marinha foi torpedeado e afundado, matando 46 marinheiros. Seul culpou Pyongyang pelo ataque.
Os ataques, juntamente com o programa de armas nucleares do Norte e abusos aos direitos humanos, resultaram em uma acentuada deterioração das relações intercoreanas nos últimos anos.
Apesar das tensas relações com o Sul, a Coreia do Norte tem feito uma extensa relação diplomática de alto nível nas últimas semanas, com o seu ministro das Relações Exteriores fazendo visitas a capitais e participando da Assembleia Geral da ONU no mês passado.
A Coreia do Sul acolheu a visita dos norte-coreanos e elevou a esperança de que isso levaria a um avanço nas relações que estão congeladas há mais de quatro anos.
(Por Ju-min Park)