RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Standard & Poor's (S&P) poderá revisar o rating da Petrobras caso a empresa não consiga publicar seus resultados auditados até o fim de abril, afirmou nesta terça-feira a diretora de ratings soberanos para a agência de classificação de risco na América Latina, Lisa Schineller, em teleconferência.
A Petrobras tem até o final de abril para publicar seu balanço anual auditado, de acordo com as regras do mercado. Após essa data, disse a Petrobras anteriormente, a empresa ainda terá de 30 dias a 60 dias, dependendo do contrato de dívida, para cumprir essa obrigação.
Ou seja, o balanço anual auditado deve ser emitido até o final de maio de 2015, segundo a empresa. Caso contrário, credores poderão pedir a antecipação do vencimento da dívida.
Neste contexto, a S&P cortou na terça-feira o perfil de crédito individual da Petrobras para "b+", de "bb", e colocou em perspectiva negativa o rating corporativo da estatal, que foi mantido em "BBB-" -- último degrau do grau de investimento.
A agência de classifica disse ainda que a revisão do crédito individual da estatal, que não leva em consideração o apoio do governo brasileiro, deve-se à perspectiva de menor geração de fluxo de caixa e maior alavancagem da empresa neste e no próximo ano.
Envolvida em um escândalo de corrupção, a petroleira não publicou até agora seus resultados auditados do terceiro trimestre, depois que a auditora PricewaterhouseCoopers (PWC) se recusou a assinar o documento. Agora corre contra o tempo para divulgar também o balanço do quarto trimestre auditado.
O esquema de corrupção, investigado pela Polícia Federal, teria desviado dinheiro de contratos da estatal para empreiteiras, políticos e ex-executivos da companhia. Dessa forma, a Petrobras precisa realizar baixas contábeis críveis para reconquistar a confiança do mercado financeiro.
Schineller afirmou a jornalistas e analistas na teleconferência que acredita que o governo brasileiro dará suporte à Petrobras caso seja necessário.
(Por Marta Nogueira e Walter Brandimarte)