Por Idrees Ali e Josh Smith
CABUL (Reuters) - O ministro de Defesa e o comandante do Exército do Afeganistão renunciaram nesta segunda-feira depois do ataque mais violento do Taliban a uma base militar afegã, ameaçando ofuscar a visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, no momento em que os EUA elaboram uma nova estratégia para o país.
Mattis tem encontros previstos com autoridades do Afeganistão e comandantes dos EUA que estão pressionando por mais tropas. Entretanto, sua chegada a Cabul ocorreu em meio às consequências do ataque da última sexta-feira do Taliban em uma base no norte do país, no qual mais de 140 soldados afegãos morreram.
"O ministro da Defesa Abdullah Habibi e o chefe do Exército Qadam Shah Shahim renunciaram com efeito imediato", anunciou o gabinete do presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, em uma publicação no Twitter.
Shah Hussain Murtazawi, porta-voz de Ghani, disse à Reuters que as renuncias foram causadas pelo ataque de sexta-feira em uma grande base militar na cidade de Mazar-i-Sharif.
O gabinete de Ghani também anunciou que o presidente substituiu os comandantes de quatro corpos do Exército como resposta ao ataque, e agentes de defesa informaram que oito membros do Exército foram presos --elevando as suspeitas de que o ataque teve ajuda interna.
O ataque chama atenção para o nível do desafio que o governo apoiado pelo Ocidente e seus aliados internacionais estão enfrentando, mais de 15 anos depois dos Estados Unidos terem invadido o país.