WASHINGTON (Reuters) - O provável candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump pediu nesta quarta-feira a renúncia da juíza Ruth Bader Ginsburg, da Suprema Corte norte-americana, descrevendo-a como mentalmente incapaz por tê-lo criticado duramente em uma série de entrevistas à imprensa.
"A juíza Ginsburg, da Suprema Corte dos EUA, constrangeu a todos fazendo declarações políticas muito idiotas sobre mim", disse Trump em uma publicação no Twitter. "A mente dela pifou --renuncie!", escreveu.
O empresário de Nova York repreendeu Ruth, 83, por criticá-lo nesta semana e por expressar preocupação com o futuro do país se ele for eleito em novembro.
Trump afirmou ser impróprio para juízes da Suprema Corte fazer considerações a respeito de campanhas políticas. Na terça-feira, ele tinha dito ao jornal New York Times que acha o episódio uma desgraça para o tribunal e que a juíza deveria pedir desculpas a seus colegas de corte.
Trump não está sozinho em sua censura. Em um editorial publicado nesta quarta-feira, o New York Times exortou a juíza a manter a tradição de silêncio da Suprema Corte em campanhas políticas.
"A juíza Ruth Bader Ginsburg precisa parar de fazer avaliações políticas e citar nome", disse o texto opinativo do jornal.
A juíza não estava disponível de imediato para comentar as colocações de Trump e o editorial do New York Times. Ela é um dos integrantes liberais da Suprema Corte, que está ideologicamente dividida entre quatro liberais e quatro conservadores desde a morte súbita do juiz conservador Antonin Scalia em fevereiro.
Em uma entrevista à CNN, a juíza disse que Trump é "uma fraude".
"Ele não tem consistência a respeito de si mesmo", disse ela. "Ele diz tudo que vem a sua cabeça no momento", afirmou.