CAIRO (Reuters) - A mais alta corte do Egito ordenou um novo julgamento para três jornalistas da Al Jazeera presos, citando falhas de procedimento no julgamento do ano passado, disseram os advogados de defesa nesta quinta-feira.
O australiano Peter Greste, o egípcio-canadense Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed foram condenados a sete a dez anos por acusações que incluem a divulgação de mentiras para ajudar uma "organização terrorista", uma referência à Irmandade Muçulmana.
O julgamento foi criticado por grupos de direitos humanos e governos ocidentais e levou as Nações Unidas a questionar a independência do Judiciário no Egito. O caso também contribuiu para tensões entre o Egito e o Catar, onde é a sede da Al Jazeera.
A prisão dos jornalistas é um tema sensível para o presidente Abdel Fattah al-Sisi, à medida que ele busca mostrar o seu compromisso com reformas democráticas. Ele poderia perdoar ou deportar os jornalistas, mas até agora tem se recusado a intervir, alegando que o Judiciário é independente.
A esperança de parentes de que a decisão significasse uma libertação imediata sob fiança não se confirmou, mas os advogados podem pedir a fiança no primeiro depoimento para o novo julgamento. Os dois advogados de defesa disseram que os procedimentos poderiam começar em um mês, mas nenhuma data foi ainda estipulada.
Os pais de Greste deixaram rapidamente a sessão da alta corte no Cairo.
"Precisamos de tempo para processar. Não foi tão positivo quanto esperávamos", disse a mãe, Lois.
Os jornalistas afirmam que somente reportavam os fatos quando foram presos em dezembro de 2013.
(Por Maggie Fick)