BUENOS AIRES (Reuters) - A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, disse no domingo durante a abertura das sessões do Congresso que é a dirigente do país que mais fez para esclarecer um atentado antissemita, três dias depois de um juiz ter rejeitado uma deúncia contra ela por encobrimento dos fatos.
As declarações de Cristina foram as primeiras que ela fez sobre o atentado contra a entidade assistencialista judaica Amia – que causou a morte de 85 pessoas, em 1994 -, depois que na quinta-feira o juiz federal Daniel Rafecas rejeitou a denúncia de que a presidente havia encoberto os acusados do atentado.
A acusação havia sido feita em janeiro pelo promotor Alberto Nisman, que foi achado morto em seu apartamento nesse mês, com um tiro na cabeça, um dia depois de se apresentar ao Congresso para falar de sua denúncia.
A misteriosa morte de Nisman, que os investigadores acreditam ter sido um suicídio, embora não descartem outras hipóteses, comove os argentinos e desencadeou uma crise política.
"Falo da Amia desde o ano 94... Da Amia falo e continuarei falando nas Nações Unidas, reclamando que se faça justiça, como não fez nenhum outro presidente argentino", afirmou Cristina no Congresso. Uma multidão escutou seu discurso nas imediações do edifício.
O juiz Rafecas rejeitou a denúncia contra Cristina argumentando que não havia provas suficientes para ordenar uma ivnestigação.