Por Jasper Ward
(Reuters) - O ex-presidente-executivo da FTX Sam Bankman-Fried deve comparecer a um tribunal nas Bahamas na segunda-feira para reverter sua decisão de contestar a própria extradição para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações de fraude, disse uma pessoa familiarizada com o assunto no sábado.
O magnata das criptomoedas foi indiciado em um tribunal federal em Manhattan na última terça-feira e acusado de envolvimento em um esquema de fraude contra clientes da FTX usando bilhões de dólares em depósitos roubados para pagar dívidas e fazer investimentos em seu fundo de hedge de criptomoedas, Alameda Research LLC.
Sua decisão de consentir com a extradição abriria caminho para o empresário de 30 anos comparecer à corte norte-americana e enfrentar acusações de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e financiamento de campanha.
Em sua audiência inicial em Manhattan, Bankman-Fried seria orientado a entrar com um pedido e um juiz determinaria a fiança, disse o advogado Margulis-Ohnuma. Ele acrescentou que tal audiência deve ocorrer dentro de 48 horas após a chegada de Bankman-Fried aos Estados Unidos.
Os promotores devem argumentar que Bankman-Fried representa um risco de fuga e deve permanecer sob custódia devido às grandes somas de dinheiro envolvidas no caso e da localização incerta desses fundos.
Qualquer julgamento provavelmente levará mais de um ano para acontecer, disseram especialistas jurídicos à Reuters.
Um porta-voz de Bankman-Fried não quis comentar. Bankman-Fried reconheceu falhas de gerenciamento de risco na FTX, mas não acredita ter responsabilidade criminal.
Não ficou imediatamente claro o que levou Bankman-Fried a mudar de ideia e decidir não contestar a extradição.
Bankman-Fried acumulou uma fortuna avaliada em mais de 20 bilhões de dólares, conforme aproveitava o boom das criptomoedas para transformar a FTX em uma das maiores corretoras do mundo.
Sua prisão na última segunda-feira nas Bahamas, onde ele mora e é sede da FTX, ocorreu apenas um mês após o colapso da plataforma em meio a uma onda de saques de clientes.
A FTX pediu falência em 11 de novembro, mesmo dia em que Bankman-Fried deixou o cargo de presidente-executivo.