Atenas, 30 out (EFE).- O primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, anunciou nesta terça-feira que a Grécia chegou a um acordo com a troika de credores internacionais sobre as medidas de resgate exigidas para continuar recebendo ajuda.
"Hoje concluímos o acordo sobre as medidas e o orçamento", anunciou Samaras, acrescentando que seu governo "fez todo o possível" e obteve "melhoras significativas" nas negociações com a troika até o último minuto. EFE
Já na semana passada, o Governo tinha anunciado o fechamento de um acordo; no entanto, depois os dois parceiros progressistas do Governo, os partidos Dimar e Pasok, mantinham sua oposição a algumas das exigências da troika.
Estas duas legendas, que junto com o partido conservador Nova Democracia formam o Governo, se opunham a que além dos cortes orçamentários e de uma série de reformas estruturais, a troika exigisse uma flexibilização trabalhista.
Desde semana passada, o Executivo comandado por Samaras teve que negociar para tentar chegar a um consenso com seus parceiros políticos.
Ao mesmo tempo, tinha que convencer os representantes dos credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que suavizassem suas exigências.
Segundo fontes ministeriais citadas pela agência pública "AMNA", a troika se decidiu já no domingo e deu por "encerrada" a discussão sobre a reforma do mercado de trabalho em um e-mail enviado ao Ministério do Trabalho.
"Se aprovarmos este acordo e votarmos o orçamento, a Grécia permanecerá no euro", afirmou Samaras hoje.
"O problema não é esta medida ou a outra... Mas o que poderia ocorrer se não aprovarmos o acordo, afundando o país no caos. Agora (o acordo) é responsabilidade dos partidos e de cada deputado", avisou.
O Pasok parece se conformar com as remodelações aceitas pela troika nos últimos dias, e em reunião hoje com o grupo parlamentar de seu partido, o líder social-democrata Evangelos Venizelos disse que "o pacote (de cortes e medidas) deve ser aprovado por completo".
No entanto, o Dimar publicou um comunicado no qual afirma que o partido "mantém sua posição", ou seja, se opõe ao acordo feito entre Governo e troika.
O Dimar pede que as reformas trabalhistas sejam votadas separadamente do resto das medidas exigidas pela troika de modo que o partido possa ratificar as que apoia e votar contra aquelas que se opõe, algo que foi rejeitado pelo titular de Finanças, Yannis Sturnaras. EFE