RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora brasileira Samarco deve adicionar 5,1 bilhões de dólares em receita líquida até 2042 e antecipar sua previsão para atingir sua capacidade de produção máxima, após assinar um contrato de produção de 20 anos com a Vale (SA:VALE3), informou à companhia à imprensa.
Com o acordo, a Samarco planeja antecipar de 2030 para 2028 sua previsão de atingir 100% de sua capacidade de produção de 25,7 milhões de toneladas, conforme informou na véspera.
A mineradora, joint venture entre a Vale e a BHP, opera com 26% da sua capacidade de produção desde o fim de 2020, quando retomou as atividades após cinco anos paralisada devido ao rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), que matou 19 pessoas e causou importantes danos ambientais.
No primeiro ano após a retomada, a empresa totalizou a produção de 7,87 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro.
A Samarco atende aos mercados interno e externo, e seus produtos são direcionados aos principais produtores de aço na América, Europa, Oriente Médio e Norte da África. No ano passado foram realizados 73 embarques no período.
O acordo assinado com a Vale, que tem por base a celebração de uma série de contratos entre as partes, envolve trocas de áreas, acordos de compra e venda de minérios e otimização do uso de estruturas próprias pela Samarco.
"Espera-se que os acordos tenham papel relevante na melhoria operacional da Samarco, bem como na retomada plena de sua capacidade produtiva", disse a Samarco em nota.
Todas as áreas envolvidas no acordo estão localizadas na região das minas de Alegria Sul e Norte da Samarco e da mina de Alegria da Vale, na região de Mariana.
A Samarco opera atualmente com cerca de 1.450 empregados diretos e 8 mil indiretos, em Minas Gerais e no Espírito Santo, e tem 3 mil fornecedores ativos.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro, e Gabriel Araujo, em São Paulo)