Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Samarco atingiu nesta semana a marca de produção de 20 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro desde a retomada das operações em dezembro de 2020, e elevará em 23% os investimentos em 2023 em sua jornada para recuperar a capacidade produtiva nos próximos anos, afirmou nesta quinta-feira a empresa à Reuters.
A marca de produção atingida na última segunda-feira, após a companhia ficar paralisada por anos em decorrência do desabamento da barragem de Fundão, em 2015, em Mariana (MG), veio depois de um acordo com credores há menos de um mês que deverá colaborar para a estabilização da estrutura de capital da empresa, favorecendo as operações e investimentos.
A Samarco, uma joint venture entre a Vale (BVMF:VALE3) e a BHP, afirmou que investirá neste ano cerca de 1,6 bilhão de reais, versus 1,3 bilhão no ano passado.
"Além da sustentação do negócio, os recursos são destinados ao projeto de descaracterização da cava e da barragem de Germano, obras em estágio avançado, e a projetos de inovação", disse a Samarco.
Depois de retomar suas operações sem a utilização de barragens de rejeitos -- para evitar desastres como na barragem de Fundão, que matou 19 pessoas e poluiu o rio Doce --, a Samarco prevê aumentar a produção nos próximos anos.
A empresa projeta atingir 60% da capacidade produtiva a partir de 2025. Atualmente, opera com 26% do total, o que deve subir para 100% em 2028.
"Avaliamos esse desempenho de uma forma positiva para o nosso negócio. A continuidade das operações também é uma oportunidade para que possamos compartilhar valor com a sociedade", disse o diretor de Operações, Sérgio Mileipe, em nota.
Para este ano, ele manteve a expectativa de que a Samarco produza cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro, o que significaria um incremento de aproximadamente 10% em relação ao volume produzido ano passado.
Segundo o gerente-geral Comercial e Marketing da Samarco, Renato Pereira, a empresa consolidou seu retorno ao mercado desde a retomada operacional.
"Mais do que números, além de concretizarmos a estabilidade operacional da empresa, restabelecemos e estreitamos ainda mais as relações com nossos clientes", afirmou.
Os produtos da Samarco integram a cadeia produtiva de importantes siderúrgicas da Europa, Oriente Médio, Norte da África e Américas, além do mercado interno.