Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O balanço do primeiro trimestre de 2022 do Santander (SA:SANB11) teve um impacto negativo no mercado, com as tendências operacionais ficando aquém do esperado, apesar da alta no lucro. Entre os principais destaques negativos do resultado do banco estão o aumento da inadimplência e a queda nos empréstimos.
Às 13h40, as ações do Santander despencavam 4,85%, a R$ 32,00.
O Santander apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 4 bilhões, 4% acima do resultado do 4T21, e 2% maior do que o resultado do 1T21. O ROE recorrente chegou a 20,5% no primeiro trimestre deste ano, ante 19,7% no 4T21 e 20,2% no 1T21.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) aponta que os números ficaram levemente acima das suas expectativas e isso é resultado principalmente de uma taxa de juros efetiva mais baixa, de 28%, quando o esperado era de 34%. Isso compensou o aumento no custo de risco enquanto os NPLs voltaram aos níveis pré-pandemia.
A margem financeira do Santander, porém, caiu 1% em relação ao trimestre anterior, enquanto o Goldman Sachs esperava por um avanço de 4%. Essa perda teria acontecido por causa da queda trimestral de 96% nos resultados de trading, que foi impactada pela taxa Selic mais alta sobre o ALM.
As provisões para perdas com empréstimos aumentaram 25% no comparativo trimestral e 46% no comparativo anual, sendo a principal surpresa negativa para o Goldman Sachs. A qualidade dos ativos continuou a se deteriorar, com o índice de inadimplência subindo 0,2 pp em relação ao trimestre anterior para 2,9%, com pessoas físicas em 4% e corporativas em 1,4%.
Para o UBS, os números gerais do Santander vieram em linha com o esperado, mas as tendências operacionais decepcionaram seus analistas. Isso porque, além do aumento da inadimplência, os custos de risco subiram de 3% para 4% e os empréstimos caíram 1,6% sobre o 4T21.
O NII total caiu 1,5% na comparação com o trimestre anterior. O UBS destaca que o resultado comercial deve continuar fraco nos próximos trimestres, uma vez que o NII do cliente subiu 13%, enquanto as atividades de mercado contraíram significativamente de R$ 1,9 bilhão no 4T21 para R$ 84 milhões no 1T22.
O Goldman Sachs e o UBS mantêm uma indicação neutra sobre as ações do Santander, com preços-alvo em R$ 36 e R$ 38, respectivamente.