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Segundo desastre em barragem da Vale provavelmente reduzirá apetite por risco na mineração

Publicado 26.01.2019, 18:50
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Por Barbara Lewis

LONDRES (Reuters) - O segundo desastre com rompimento de barragem da mineradora Vale (SA:VALE3) em menos de quatro anos representa um duro golpe para uma indústria que enfrenta a cautela de investidores e uma imagem ruim, e também lança dúvidas sobre as promessas do presidente Jair Bolsonaro de reduzir regulações do governo.

Equipes de resgate brasileiras estavam procurando neste sábado por centenas de desaparecidos depois que uma barragem de rejeitos rompeu-se em Brumadinho, em Minas Gerais, na sexta-feira. Mais de 30 corpos de vítimas fatais já foram recuperados.

O Brasil ainda está se recuperando do colapso de uma barragem maior, em 2015, propriedade da Samarco Mineração, joint venture entre a Vale e a BHP, que matou 19 pessoas no pior desastre ambiental do Brasil.

Advogados representando vítimas da tragédia da Samarco afirmam que as implicações financeiras do novo desastre estão em aberto e são potencialmente debilitantes para a Vale.

“Isso coloca em questão a viabilidade financeira da Vale no futuro por causa da grande escala de seus potenciais passivos”, disse à Reuters Tom Goodhead, advogado da SPG Law.

A empresa, ramificação britânica de uma empresa norte-americana, está envolvida em ações legais em nome de centenas de milhares de pessoas afetadas pelo desastre da Samarco.

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que a empresa fez tudo que era possível para verificar que todas as suas barragens estavam seguras depois do rompimento de 2015.

Procuradores públicos exigiram que 5 bilhões de reais fossem congelados das contas da Vale para serem direcionados ao pagamento de danos pelo rompimento mais recente da barragem em Brumadinho, acrescentando que esperavam que mais ativos fossem congelados.

Com a perspectiva de um processo coletivo de acionistas, assim como possíveis processos criminais e civis no Brasil, os passivos podem facilmente exceder a provisão inicial.

Ano passado, a Vale fez um acordo civil de 20 bilhões de reais com autoridades locais para estabelecer um fundo de limpeza após o acidente com a Samarco. Procuradores federais suspenderam, mas ainda não fecharam um processo ainda maior.

Um investidor de um grande banco, falando em condição de anonimato, disse que não pode mais considerar investir na Vale ou na BHP por causa do risco constante de responsabilidade com a Samarco. A BHP disse que não tinha comentários a fazer neste sábado.

LIÇÕES A APRENDER

A Vale faz parte do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), que busca estabelecer melhores orientações práticas.

Depois da explosão da barragem da Samarco, o ICMM emitiu orientações atualizadas que os seus membros deveriam seguir para tentar proteger barragens de rejeitos usadas para armazenar restos de operações na mineração.

“Não precisamos dizer que ainda temos lições a aprender com o desastre, e precisaremos fazer tudo que pudermos para incorporar essas lições na indústria”, disse o presidente-executivo da ICMM, Tom Butler, neste sábado, em um e-mail.

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“Nossos pensamentos estão com os afetados pelo que parece ser uma falha grande e trágica da barragem”, completou.

Engenheiros em outras empresas, que não quiseram ser identificados, disseram que barragens de rejeitos podem ser seguras, especialmente se o máximo de água possível for removido de seu interior.

Mas acrescentaram que Bolsonaro, que tomou posse no começo deste ano, deve agora ceder à pressão popular por regulações mais rígidas, apesar de sua promessa de um governo favorável aos empresários.

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