Investing.com - As saídas de fundos de ações brasileiros aumentaram no mês de julho, ressaltou o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 12. O banco entende que os fluxos seguem fracos e que a América Latina como um todo ainda carece de gatilhos domésticos positivos para reversão desse quadro.
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“De acordo com os nossos estrategistas globais, maiores chances de uma aterragem forçada nos EUA poderá ser uma oportunidade para mercados emergentes em dificuldades, como o Brasil”, pondera o BofA.
Os estrategistas Paula Andrea Soto, David Beker, Carlos Peyrelongue e Mateus Conceição mencionaram a saída de R$5 bilhões de fundos de ações locais em julho divulgada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e entendem que os resgatem seguem fortes.
Além disso, apontam que a alocação para ações dentro da indústria de fundos local no Brasil recuou de 8,6% em maio para 8,5% em junho, mais próxima da mínima histórica de 8% em julho de 2017. “Estimamos que a alocação em ações atingirá mínimos históricos em aproximadamente quatro meses se a taxa de resgates que vemos hoje continuar”, alertam os especialistas.
Por outro lado, as entradas líquidas na poupança e ativos de renda fixa continuam fortes nos últimos meses. Para os fundos locais de renda fixa, os ingressos somaram R$59 bilhões em julho e R$256 bilhões desde o começo do ano.
A migração ocorreu, entre outros motivos, por revisões de regras brasileiras que tornaram a emissão de títulos de dívida privada vinculados a financiamentos no setor imobiliário e no agronegócio mais rígidas, avalia o BofA. Nos últimos três meses, os ingressos para a poupança superaram R$ 40 bilhões.
Em julho, a B3 (BVMF:B3SA3) registrou maior entrada de capital estrangeiro em um mês desde dezembro de 2023, com R$ 9 bilhões, mas os fluxos seguem negativos neste ano em cerca de R$40 bilhões. Para fundos de ações de mercados emergentes como um todo, as entradas somaram US$ 25 bilhões em julho, com US$91 bilhões no acumulado do ano, principalmente para Exchange Traded Fundos (ETFs) chineses.