WASHINGTON (Reuters) - Um grupo de senadores dos Estados Unidos quer que o Burger King desista de seus planos para mudar seu domicílio fiscal para o Canadá como parte de um acordo para comprar a rede de café e rosquinhas Tim Hortons.
O Burger King anunciou em agosto que planeja comprar a rede de restaurantes canadense por 11,5 bilhões de dólares. O Canadá tem um imposto corporativo inferior ao dos Estados Unidos e não requer que empresas lá sediadas paguem impostos adicionais sobre os rendimentos auferidos no exterior. Por isso, a expectativa é de que o negócio gere economias fiscais.
Dick Durbin, o segundo líder democrata no Senado, e outros quatro parlamentares argumentam que a medida é injusta porque muitos trabalhadores do Burger King contam com programas como o plano de saúde público Medicaid e vale-refeição, que dependem de arrecadações dos contribuintes norte-americanos.
Eles também disseram, em uma carta ao presidente-executivo do Burger King, Daniel Schwartz, datada desta quinta-feira, que a rede de fast food usa estradas financiadas pelos contribuintes, inspetores de segurança alimentar e outras regalias para negócios feitos nos Estados Unidos.
"Agoura, depois de lucrar com esses benefícios financiados pelos contribuintes, o Burger King pretende mudar seu domicílio fiscal para o exterior para evitar pagar uma fatia justa por esses benefícios", disse o grupo na carta, que foi vista pela Reuters.
"Muitos de seus clientes fiéis podem optar por gastar seu suado dinheiro em um de seus muitos concorrentes, em vez de apoiar uma empresa que quer todos os benefícios da América, mas se recusa a pagar a sua parcela para apoiar a nossa nação", disseram eles.
Pelo menos nove empresas norte-americanas estão em fase final de mudança, que envolve a compra de um concorrente em um país com menor cobrança de impostos para basear o negócio combinado no exterior.
(Por Emily Stephenson)