São Paulo, 20 mai (EFE).- O setor privado espanhol começou a sentir os efeitos positivos da redução da taxa de risco do país e isso contribuirá para a recuperação da economia a partir do ano que vem, disse nesta segunda-feira à Agência Efe o secretário de Estado de Comércio da Espanha, Jaime García-Legaz.
O secretário, que participou hoje em São Paulo na abertura do Fórum EFE Café da Manhã, no qual a ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor, discursou como convidada especial, afirmou que a redução da taxa de risco "é uma economia muito grande em juros da dívida" que permite ao Estado "acelerar a redução do déficit público".
"Mas o mais importante é que permite baratear o financiamento das empresas espanholas, que em vez de serem financiadas a juros de 6% ou 7%, são financiadas a 4%, 5%, e isso para a capacidade de competir de nossas empresas é importantíssimo", manifestou.
A taxa de risco espanhola teve fortes baixas nos últimos tempos, até se fixar em 282 pontos básicos na semana passada, nível mais baixo em mais de um ano.
García-Legaz explicou que, com a redução do déficit do setor público, o Estado absorve menos crédito, que é canalizado para o setor privado, processo que "toma tempo, mas está começando a funcionar".
Ao mesmo tempo, destacou o aumento da competitividade do país, como reflete a expansão de suas exportações.
"O setor (de comércio) exterior já está representando dois pontos e meio de crescimento do PIB e isso é fundamental porque o setor exterior está sustentando a atividade econômica, já que a demanda interna ainda é fraca", disse o secretário de Estado.
Segundo García-Legaz, "o comércio exterior está sendo o sustento da atividade econômica nestes tempos de crise e será a locomotiva da recuperação a partir do ano que vem".
Em seu discurso no fórum, García-Legaz destacou que dados macroeconômicos recentes da Espanha "nos fazem ser otimistas com a recuperação a partir de 2014".
"A recuperação da competitividade da economia espanhola é um fato. Algo está mudando de forma muito profunda na economia espanhola", enfatizou García-Legaz diante de 100 empresários e jornalistas brasileiros e espanhóis presentes no fórum, patrocinado pela multinacional de tecnologia Indra.
O secretário também afirmou que a "Espanha está aproveitando a bonança econômica que há fora da União Europeia" para buscar saídas para a crise.
Como o representante lembrou, as exportações da Espanha para o restante da União Europeia, que em 2007 representavam 75% do total, caíram para 58% em 2012, e em contrapartida as vendas para a América Latina crescem a um ritmo de 15% anuais; para a África, 25% e para a Ásia, 18%. EFE
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