LONDRES (Reuters) - A anglo-holandesa Shell prevê que os preços do petróleo se recuperem gradualmente ao longo dos próximos cinco anos, com um progresso lento devido ao persistente excesso de oferta mundial e ao crescimento mais lento da demanda chinesa.
A gigante de energia aposta que o petróleo suba para 90 dólares por barril apenas em 2020, um pressuposto fundamental em sua movimentação para comprar a rival britânica BG por 70 bilhões de dólares, um negócio que deverá ajudá-la a se transformar em um líder na produção dispendiosa de petróleo em águas profundas e no mercado de gás natural liquefeito (GNL).
"Nós não estamos apostando que haja uma recuperação do preço do petróleo de uma hora para outra. Vai levar vários anos, mas nós acreditamos que irá retornar", afirmou à Reuters Andy Brown, diretor internacional de "upstream" da Shell, que supervisiona a produção de petróleo e gás da empresa fora da América do Norte.
"Até o momento, nós, como outras empresas, teremos de nos certificar que ficaremos robustas", disse ele, referindo-se aos profundos cortes de gastos realizados pelas petroleiras nos últimos meses, diante da redução de quase pela metade dos preços do petróleo desde junho do último ano.
Em um prazo mais curto, a Shell espera que o petróleo tipo Brent tenha apenas uma modesta recuperação a partir de dos atuais 58 dólares por barril, atingindo média de 67 dólares por barril em 2016 e de 75 dólares por barril em 2017.
(Por Ron Bousso, Karolin Schaps e Dmitry Zhdannikov)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS