SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de aço bruto em outubro foi a maior para um único mês desde outubro de 2012, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), divulgados nesta sexta-feira.
As siderúrgicas do país produziram 3,153 milhões de toneladas de aço bruto em outubro, um crescimento de 3,5 por cento sobre o mesmo mês de 2017 e de 4 por cento na comparação com setembro. No acumulado de 2018 até o final do mês passado, as usinas produziram 29,247 milhões de toneladas de aço bruto, alta de 2,6 por cento na comparação anual.
O desempenho ocorreu com aumento no consumo interno, crescimento de exportações de placas e queda nas importações, em meio à desvalorização do real contra o dólar, e expansão na produção de setores como o de veículos, que este ano acumulou até outubro alta de 10 por cento sobre o mesmo período de 2017.
Na véspera, o presidente-executivo da Gerdau (SA:GGBR4) citou um cenário de recuperação na demanda brasileira por aço e importações contidas, o que criva possibilidade de aumentos de preços da liga no mercado interno nos próximos meses.
Apesar do crescimento da produção de aço bruto em outubro, a produção de laminados ficou praticamente estável contra um ano antes, a 2,067 milhões de toneladas. A produção de placas, que tem se aproveitado de ambiente melhor de preços nos Estados Unidos por conta das tarifas impostas pelo governo Trump, subiu 4 por cento na comparação anual, para 834 mil toneladas.
Segundo os dados do IABr, as vendas de aço no mercado brasileiro, enquanto isso, foram de 1,591 milhão de toneladas, crescimento de 8,4 por cento sobre outubro de 2017, mas queda de 2,7 por cento no comparativo mensal.
Em meados do ano, o IABr cortou suas projeções para produção e vendas de aço no Brasil este ano. A estimativa para produção de aço bruto foi revista para alta de 4,3 por cento, a 35,8 milhões de toneladas e a de vendas no mercado interno passou a crescimento de 5 por cento, para 17,7 milhões de toneladas.
As importações de aço pelo país recuaram quase 33 por cento em outubro sobre um ano antes, para 125 mil toneladas, e as exportações das usinas siderúrgicas caíram 14 por cento no mesmo período, para 1,172 milhão de toneladas.
(Por Alberto Alerigi Jr.)