Por Senad Karaahmetovic
Estrategistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) acreditam que o S&P 500 pode cair para a região dos 3000 pontos, caso os EUA entrem em uma recessão no ano que vem.
Em seu cenário-base, o banco considera que o índice acionário atingirá 3600 pontos no primeiro semestre do ano que vem, antes de um rali no segundo semestre para 4000 pontos no fim de 2023. No entanto, a queda pode se estender para 3150 pontos em caso de uma recessão, o que implica uma queda de 20% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira.
“Em uma recessão, nossa expectativa é que os lucros registrem uma queda de 11%, para US$ 200. Para contextualizar, durante as recessões anteriores, o declínio médio do LPA do S&P 500 de pico a vale foi de 13%. Nesse cenário, nossa expectativa é que o índice P/L do S&P 500 caia para 14x. Vale lembrar que, nas recessões passadas, os preços e os valuations das ações atingiram o fundo enquanto os analistas ainda estavam reduzindo suas previsões de resultados”, escreveram em nota.
Os estrategistas revisitaram a perspectiva do banco para o S&P 500 em 2023, depois que muitos investidores declararam ao Goldman que estão otimistas com as ações americanas. Mesmo que os EUA evitem uma recessão, o S&P 500 pode cair significativamente com o “encolhimento das margens”.
“Consideramos que as margens terão uma contração de 58 pontos-base em 2023. O aumento das receitas promoveu a alta das margens líquidas do S&P 500 até as máximas recordes de 2021 e início de 2022, mas os balanços do 3º tri mostraram uma contração das margens ano/ano pela primeira vez desde a pandemia", acrescentaram.
O S&P 500 pode ter um desempenho melhor, se o Fed ficar mais moderado e os resultados se mostrarem mais resilientes do que o esperado. Nesse caso, os estrategistas consideram que o índice pode atingir 4700 pontos.
“Porém, como o mercado de trabalho e o crescimento dos salários ainda estão muito fortes para um cenário de inflação dentro da meta de 2% do Fed, é pouco provável que o BC americano flexibilizará significativamente sua política no ano que vem, exceto se houver uma crise econômica e uma forte queda na perspectiva de resultados”, concluíram.
Os estrategistas reiteraram seu posicionamento inicial de que os investidores devem ter na carteira “ações com maior probabilidade de aumentarem as margens no ano que vem”.