Por Tim Hepher e Shivani Tanna e Mike Stone
(Reuters) - A Boeing (NYSE:BA) concordou em recomprar a Spirit AeroSystems por 4,7 bilhões de dólares em ações, e a Airbus (EPA:AIR) decidiu assumir as atividades focadas na Europa da fornecedora, o que fez as ações das três empresas subirem em uma rara cisão transatlântica.
A independência de quase duas décadas da maior empresa autônoma de aeroestruturas do mundo terminou em uma divisão entre seus maiores clientes após a última crise do Boeing 737 MAX, em janeiro, desencadeada pela ruptura de um pedaço da fuselagem da aeronave em pleno voo, que trouxe à tona dúvidas sobre a resiliência da fabricação de fuselagens.
A Boeing, que cindiu as principais fábricas da Spirit em Wichita e Oklahaoma em 2005, informou que recompraria sua antiga subsidiária por cerca de 37,25 dólares por ação, conforme noticiado pela Reuters no domingo, dando-lhe um valor corporativo de 8,3 bilhões de dólares, incluindo dívidas.
"Reunir a Spirit e a Boeing permitirá uma maior integração das capacidades de manufatura e engenharia de ambas as empresas, incluindo sistemas de segurança e qualidade", disse o CEO da Spirit, Pat Shanahan, em comunicado.
As ações da Spirit subiam 3,6% no mercado acionário dos Estados Unidos, enquanto as da Boeing avançavam 2%.
A Boeing há muito considerava recomprar sua antiga subsidiária, que, segundo analistas, tem lutado para prosperar de forma independente, apesar de diversificar seu trabalho para a europeia Airbus e outros.
NEGÓCIO DA AIRBUS
A Spirit havia sido desmembrada da Boeing em uma série de movimentos que, segundo críticos, simbolizavam um foco na redução de custos em detrimento da qualidade.
A Boeing decidiu recomprá-la após o incidente de janeiro, descrevendo isso como um esforço para resolver seus problemas de segurança e reforçar sua linha de produção.
Essa decisão levantou dúvidas sobre o futuro do trabalho que a Spirit realiza para a rival da Boeing, a Airbus, levando o CEO da aérea europeia a advertir em abril que estava preparado para vetar, se necessário, mudanças no controle das fábricas relacionadas à Airbus.
Nesta segunda-feira, a Airbus anunciou que assumirá as atividades principais em quatro das plantas da fornecedora nos EUA, Irlanda do Norte, França e Marrocos, conforme relatado pela Reuters na semana passada.
A Airbus também assumirá trabalhos menores atualmente realizados em Wichita. O acordo separado com a Airbus se deu por conta das negociações entre Boeing e Spirit e foi vagamente coordenado entre as três empresas, segundo fontes. Este acordo está sujeito à devida diligência.
As ações da Airbus subiam cerca de 3,3% nesta segunda-feira.
(Reportagem de Mike Stone e David Shepardson em Washington, Allison Lampert em Montreal, Tim (BVMF:TIMS3) Hepher em Paris e Shivansh Tiwary, Abhijith Ganapavaram e Shivani Tanna em Bengaluru)