SÃO PAULO (Reuters) - A chinesa State Grid, maior elétrica do mundo, deverá realizar no primeiro semestre de 2019 uma nova oferta pública pela aquisição de ações de minoritários em sua controlada CPFL Energia (SA:CPFE3), apontaram analistas do banco de investimento Itaú BBA em relatório nesta quarta-feira.
O negócio, afirmam, seria guiado por regras do segmento Novo Mercado da bolsa paulista B3, onde a CPFL está listada, que exigem das empresas um nível mínimo de 25 por cento das ações em circulação, contra apenas 5,25 por cento das ações da CPFL no mercado atualmente.
Pela regulamentação, a State Grid teria que fazer uma nova oferta pela fatia dos minoritários e deslistar a companhia, tirar a CPFL do Novo Mercado ou colocar mais ações da empresa em circulação para alcançar os 25 por cento exigidos.
"Entre as três opções que a State Grid tem, nós acreditamos que a mais provável é um leilão para comprar os minoritários em junho de 2019", escreveram os analistas.
Eles disseram que, se o leilão acontecer antes de dezembro deste ano, ele teria o mesmo preço oferecido na primeira oferta da State Grid aos minoritários, ajustado pela Selic (entre 29 e 30 reais). Após dezembro, o preço seria indicado por um novo laudo de avaliação justa.
"Nós esperamos que seja entre 29 e 30 reais por ação, próximo ao nosso preço-alvo (para as ações) no segundo trimestre de 2019 (30 reais por ação)", estimaram os analistas.
Segundo eles, a State Grid teria poucos ganhos ao escolher as outras opções, o que possibilitaria a investidores uma aposta de "risco limitado" na valorização dos papéis da CPFL no curto prazo.
Procurada, a State Grid não respondeu de imediato a pedidos de comentário sobre o relatório do Itaú BBA.
A State Grid assumiu o controle da CPFL no início de 2017, após uma oferta pela fatia da Camargo Corrêa no bloco de controle da companhia, posteriormente ampliada para os demais controladores, em um negócio de 13 bilhões de reais.
(Por Luciano Costa)