Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A norueguesa Statoil decidiu limitar o ritmo das perfurações de poços no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, em busca de redução de custos, o que poderá trazer algum impacto na produção, ainda que não considerado relevante, em meio aos baixos preços do petróleo.
Para isso, a empresa resolveu substituir as duas equipes de perfuração que atuavam paralelamente nas duas plataformas fixas de produção do campo por apenas uma equipe unificada que irá se alternar entre as unidades conforme o cronograma da empresa.
"As atividades de perfuração e produção continuarão em ambas as plataformas no campo do Peregrino, mas limitadas a uma operação de perfuração em qualquer ponto em tempo", afirmou a companhia à Reuters, após questionamentos feitos com base em uma informação de mercado.
Peregrino entrou em operação em 2011 e produz atualmente entre 90 e 95 mil barris de óleo equivalente ao dia, segundo a empresa. Além disso, é o oitavo maior campo produtor de petróleo do Brasil, segundo os últimos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Questionada sobre qual deve ser o impacto das medidas na produção da companhia, a empresa evitou falar em volumes.
"Nós não estamos esperando um declínio relevante devido a essa iniciativa", afirmou a empresa.
A Statoil acrescentou que está perfurando um poço na plataforma B neste momento e estão previstos mais poços, em ambas as plataformas, ao longo do ano.
A norueguesa é a operadora de Peregrino, com 60 por cento de participação, e tem como sócia a chinesa Sinochem, que detém os outros 40 por cento.
A medida ocorre em meio aos baixos preços do petróleo, que atingiram recentemente os menores valores em 12 anos, abaixo de 30 dólares por barril, com o excedente global do produto pressionando as cotações.
O óleo de Peregrino tem 14º na escala API, sendo considerado um dos mais pesados já produzidos no mar brasileiro. Quanto maior o grau da escala API, mais leve e valioso é o petróleo; o grau API médio no Brasil em novembro foi de 25.
Apesar do cenário de preços baixos e da busca por redução de custos, a Statoil mantém para o fim desta década a previsão para entrada em operação de uma terceira plataforma fixa em Peregrino, de acordo com a petroleira norueguesa.