Por Diane Bartz
WASHINGTON (Reuters) - O mestre do Terror Stephen King acredita que escritores terão menos lugares para vender seus livros caso a editora Penguin Random House tenha a fusão com a Simon & Schuster autorizada, afirmou o autor em um depoimento em um julgamento sobre se o acordo poderá avançar.
No julgamento, que começou na segunda-feira, o Departamento de Justiça dos EUA está tentando convencer um juiz federal a impedir a fusão de 2,2 bilhões de dólares entre duas das cinco maiores editoras de livros do país. O argumento do departamento é de que a medida levaria a valores menores para autores que ganham 250 mil dólares ou mais, ao invés do argumento tradicional, de que os consumidores pagariam mais pelos livros.
King, autor de clássicos como "O Iluminado", "Carrie, a Estranha", entre outros, levantou a questão das promessas que as empresas já fizeram para permitir que a Simon & Schuster continue fazendo propostas independentes contra a Penguin Random House por livros.
"Você pode dizer que você vai ter um marido e uma esposa dando lances um contra o outro pela mesma casa. É meio ridículo", disse King no tribunal.
Vestido mais como um contador do que como o autor do monstruoso "Louca Obsessão", King apareceu no julgamento e mudou o foco da conversa, que estava em discussões sem graça sobre a economia das editoras competindo por títulos em leilões, para um autor famoso contando sobre como um executivo uma vez deu risada quando ele pediu por um adiantamento de 2 milhões de dólares por dois de seus livros.
De maneira modesta, King disse que não estava certo de quantos best-sellers escreveu, mas reconheceu que eram mais de 60.
As editoras rejeitam a ideia de que as grandes vendedoras de livros possam reduzir seus adiantamentos.
(Reportagem de Diane Bartz e David Shepardson)