Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A StoneCo (NASDAQ:STNE) previu piora na margem de lucro no segundo trimestre, período que deve marcar o impacto mais forte dos efeitos da pandemia do coronavírus, embora os volumes de pagamentos venham se recuperando gradualmente desde abril.
A companhia encerrou os três primeiros meses do ano com margem ajustada antes de impostos de 32,6% e afirmou que espera que o número fique entre 20 e 24% no segundo trimestre, pressionada por impactos que incluem demissão de funcionários e incentivos que está tendo que oferecer a clientes por causa da epidemia.
A StoneCo teve lucro ajustado de 162,3 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 12,9% ante mesma etapa do ano passado.
Isso, mesmo com a base de clientes ativos empresa brasileira listada na Nasdaq subindo 73,9% em 12 meses até março, e com a receita total avançando 33,8%, a 716,8 milhões de reais.
Os números mostram como a pandemia atingiu diretamente o setor de pagamentos eletrônicos, que vinha de anos de efervescente crescimento no mercado brasileiro.
Com o fechamento de lojas físicas devido às medidas de isolamento social a partir da segunda metade de março, com forte impacto sobre negócios de pequeno e médio portes, nicho no qual a StoneCo é especializada, a empresa ofereceu incentivos a clientes e fez maiores provisões para perdas com calotes, com impacto de 61 milhões nos resultados do trimestre.
Além disso, a empresa adotou uma forte política de contenção de custos e despesas, incluindo o anúncio, quase duas semanas atrás, da demissão de 20% de sua força de trabalho, cerca de 1.300 trabalhadores.
A StoneCo afirmou que após queda na segunda metade de março, os volumes de pagamentos subiram 9% em abril e 22,9% em maio até agora na comparação anual, segundo dados preliminares.
A empresa disse que fechou março com caixa líquido ajustado de 5,05 bilhões de reais, ante 4,984 bilhões no fim de 2019.