HAMBURGO (Reuters) - A Suedzucker, maior refinadora de açúcar da Europa, disse nesta quinta-feira que as condições comerciais do adoçante seguem bastante difíceis devido aos baixos preços e que não vê uma recuperação como provável ainda neste ano comercial.
"A projeção de nosso grupo para o atual ano financeiro ainda mostra que não há um 'turnaround' visível", disse o CEO, Wolfgang Heer, durante encontro anual da Suedzucker com acionistas.
"Os preços do açúcar seguem em um nível baixo, que não cobre os custos."
Ele ainda disse que um plano de reestruturação no negócio de açúcar da empresa, que inclui o fechamento de fábricas de açúcar na Alemanha, França e Polônia, está dentro do cronograma. Mas os primeiros benefícios financeiros serão vistos na segunda metade do ano fiscal de 2020/21 da empresa.
A Suedzucker informou em 11 de julho uma queda de 40% nos lucros do primeiro trimestre devido aos baixos preços do açúcar no mundo.
Os preços globais do açúcar atingiram o menor valor em 10 anos no final de 2018, em meio a um excesso de oferta mundial, estabilizando-se neste ano, mais ainda em níveis baixos.
A Suedzucker disse em janeiro que fechará fábricas de açúcar na Alemanha, França e Polônia, cortando a capacidade de produção em 700 mil toneladas por ano para economizar cerca de 100 milhões de euros anuais.
Apesar do difícil mercado atual, Heer disse que a Suedzucker permanece otimista para o futuro.
A reestruturação do negócio do açúcar vai focar a produção nas regiões mais rentáveis, disse ele.
Outros produtores de açúcar europeus também anunciaram cortes na produção.
"As medidas para reduzir os volumes de açúcar na UE devem reduzir o excesso de oferta e reduzir a pressão sobre os preços", disse Heer. "A tendência global de aumento da demanda por açúcar fala em maiores preços no mercado mundial no futuro".
A fábrica polonesa de Suedzucker em Strzyzow fechará no final da atual temporada de produção de açúcar de 2018/2019, disse Heer aos acionistas.
As fábricas de Brottewitz e Warburg, na Alemanha, e as fábricas de Cagny e Eppeville, na França, fecharão no final da próxima temporada de açúcar 2019/2020, disse ele.
Heer defendeu a decisão da empresa de rejeitar um plano de agricultores franceses para comprar as duas fábricas na França, controladas pela subsidiária Saint Louis Sucre.
A venda teria dificultado os esforços para reduzir a superprodução de açúcar na UE, disse Heer. Se aceitasse a oferta, a empresa teria criado um novo concorrente para o fornecimento de beterraba às fábricas restantes da Suedzucker na França.
(Por Michael Hogan)