Suspensão de 5 exportadores de soja do Brasil pela China durará 2 meses, diz secretário

Publicado 24.01.2025, 19:46
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Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - A suspensão pela China, neste mês, das exportações brasileiras de soja de cinco empresas, depois que as cargas não atenderam a exigências fitossanitárias, durará dois meses, disse Luis Rua, secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura.

O Brasil é o maior exportador de soja para a China, que é o maior importador do mundo. Os agricultores e exportadores brasileiros competem com seus pares dos Estados Unidos pelo mercado chinês.

A China suspendeu temporariamente as importações das cinco empresas em 8 e 14 de janeiro, depois que as cargas não atenderam aos padrões de importação chineses. As cinco empresas que tiveram unidades suspensas fazem parte de um grupo de fornecedores que responderam por mais de 30% das mais de 73 milhões de toneladas de soja que o Brasil exportou para a China em 2024. Vale ressaltar, no entanto, que nem todas as unidades das mesmas empresas foram suspensas.

O Ministério da Agricultura está investigando a questão e enviará esclarecimentos à China no devido tempo, disse Rua em conversa com a Reuters nesta sexta-feira.

Rua não tinha conhecimento do número de cargas supostamente comprometidas ou de sua origem, mas disse que apenas um pequeno volume estava envolvido.

As cinco unidades representam apenas uma fração das 1.700 empresas brasileiras autorizadas a exportar soja para a China, disse ele.

As exportações brasileiras de soja devem aumentar nas próximas semanas, à medida que mais grãos da safra colhida for levada ao mercado. O Brasil vende cerca de três quartos de suas exportações de soja para a China.

As empresas afetadas pelas suspensões tiveram uma reunião com autoridades em Brasília na quinta-feira, de acordo com a Anec, uma associação que representa os comerciantes globais de grãos. A Anec preferiu não nomear as empresas ou dar mais detalhes.

As cinco empresas que tiveram suas unidades suspensas foram as multinacionais Cargill, ADM e Olam, e as brasileiras C.Vale (BVMF:VALE3) e Terra Roxa. A Cargill e a ADM não fizeram comentários imediatos sobre a reunião. A Terra Roxa não quis comentar.

A suspensão temporária afetou apenas uma das unidades da C.Vale, disse um porta-voz da empresa, acrescentando que outras unidades poderiam continuar exportando.

É provável que a soja tenha sido exportada do porto de Paranaguá, considerando os embarcadores envolvidos, disse um comerciante de grãos.

A autoridade portuária de Paranaguá disse que não recebeu qualquer comunicação oficial indicando que algum navio que tenha partido de Paranaguá esteja sob suspeição nos portos chineses.

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