Bangcoc, 13 jun (EFE).- A Nobel da paz e líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, partiu nesta quarta-feira de Yangun para sua primeira viagem europeia, que a levará a Suíça, Noruega, Irlanda, Reino Unido e França, informou a televisão estatal.
Suu Kyi, de 66 anos, deve fazer sua primeira escala em Genebra, onde discursará em uma conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e depois irá a Oslo para ler um discurso diante do comitê que a concedeu o Nobel há 21 anos.
A líder da oposição em Mianmar, cujo itinerário não foi revelado pela Liga Nacional para a Democracia, seu partido, partiu de Yangun às 10h20 locais (0h50 de Brasília).
A ativista birmanesa, que na época não pôde recolher o prêmio por encontrar-se sob prisão domiciliar por ordem da então Junta Militar, receberá em Dublin um prêmio da Anistia Internacional das mãos do cantor irlandês Bono, vocalista do U2.
Em Londres, falará perante o Parlamento britânico, uma honra reservada normalmente a chefes de Estado ou de Governo e, no final de sua viagem, se reunirá em Paris com o presidente francês, François Hollande, entre 26 e 29 de junho.
No mês passado, Suu Kyi viajou à Tailândia, em sua primeira viagem ao exterior em 24 anos, a fim de participar do Fórum Econômico Mundial para a Ásia Oriental e reunir-se com a comunidade de imigrantes e os refugiados foragidos de décadas de conflito étnico em Mianmar.
A ativista birmanesa, que em maio assumiu uma cadeira no Parlamento birmanês, é uma das personagens mais midiáticas da Ásia por sua perseverante luta contra a ditadura militar desde 1988 até a dissolução da última Junta Militar, no ano passado.
Em todos esses anos, passou de forma intercalada 15 anos sob prisão domiciliar em Yangun por pedir reformas de forma pacífica, a última vez entre 2003 e 2010.
Desde as eleições legislativas realizadas há 18 meses, e apesar de essas terem sido vencidas pelos ex-generais afins ao antigo regime militar, está em andamento em Mianmar um incipiente processo democrático aplaudido pela comunidade internacional. EFE