Por Antonio De la Jara
SANTIAGO (Reuters) - A presidente chilena, Michelle Bachelet, comemorou nesta quarta-feira seu primeiro ano de governo prejudicada por uma perda de confiança pública, após uma série de escândalos de corrupção e tráfico de influências, apesar dos sinais de um reaquecimento da economia.
A socialista, que há um ano voltou ao poder com a promessa de mudar a cara de um dos países com pior distribuição de riqueza na América Latina, conseguiu em menos de seis meses aprovar uma milionária reforma tributária, seguida por mudanças profundas na educação e no sistema eleitoral.
A médica de 63 anos assumiu o governo do maior produtor mundial de cobre com uma elevada popularidade, que foi perdendo força ao longo dos meses até atingir seu menor nível em fevereiro, após a polêmica desencadeada por acusações de tráfico de influência contra seu filho pela aprovação de um crédito multimilionário.
"Os acontecimentos lamentáveis que conhecemos provocaram uma perda de confiança pública, que precisa não apenas de vontade política, mas de ações precisas que restabeleçam a credibilidade de nossas instituições", disse Bachelet durante a inauguração de uma escola de educação infantil nos arredores da capital.
No dia do aniversário de um ano de governo, a mandatária ordenou que seus ministros "saiam a campo", em vez de comemorar a data em atos públicos.
A economia chilena, outra das causas que prejudicou o apoio a Bachelet, começou a mostrar sinais de recuperação, depois da expansão de 1,8 por cento em 2014, o menor patamar dos últimos cinco anos.
"Enfrentamos esse momento transitório da economia sem desequilíbrios... para passar a um otimismo cauteloso, onde lentamente a economia começa a se recuperar", disse o ministro da Fazenda, Alberto Arenas.
Para este ano, analistas esperam que a economia cresça 2,8 por cento, com uma taxa de juros estável.