Investing.com – Com a repercussão do segundo trimestre balanço da Taesa (BVMF:TAEE11), analistas acreditam que os indicadores vão continuar a ser afetados pela diminuição de indicadores inflacionários, notadamente o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)
A transmissora teve um lucro líquido de R$220,4 milhões no 2T23, queda de 60,9% frente igual intervalo do ano anterior, “em função principalmente da queda da receita de correção monetária do ativo contratual, motivada pelos menores índices macroeconômicos entre os períodos comparados, principalmente o IGP-M, que registrou -2,73% no acumulado do 2T23 contra +3,71% no 2T22”, informou a empresa em release de resultados.
Além dos resultados, a Taesa anunciou R$ 313,44 milhões em proventos, sendo R$216,2 milhões na forma de juros sobre o capital próprio (JCP) e R$97,192 em dividendos, relativos aos resultados do primeiro trimestre. O pagamento está previsto para ocorrer no dia 29 de agosto, com base na posição acionária de 7 de agosto.
Avaliação dos analistas
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Itaú BBA considerou os resultados neutros, em linha com o esperado. Ainda que a relação dívida líquida por Ebitda tenha apresentado queda, a expectativa do banco é de continuidade da alta alavancagem da companhia nos próximos anos, tendo em vista o alto capex a ser adotado nos projetos em construção.
Sobre o pagamento de dividendos, o banco espera pagamentos mais brandos neste ano frente aos anos anteriores, dado o impacto negativo do IGP-M nos resultados. A expectativa é de diminuição na receita, com impacto das concessões ajustadas pelo indicador. “Os resultados do IFRS já foram afetados no 2T23 (queda de 60% A/A) e devem ser afetados novamente no 3T23, dada a deflação do IGP-M observada tanto em junho quanto em julho. Isso provavelmente se traduzirá em dividendos mais baixos daqui para frente em relação aos anos anteriores, já que o pagamento é baseado nos resultados do IFRS”, lamentam os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota, Matheus Marques e Victor Cunha. O Itaú BBA reforçou a recomendação underperform para ações da Taesa, que seriam negociadas com prêmio para a maioria dos nomes de utilities, no entendimento do banco.
Bernardo Viero, analista da Suno Research, concorda que o lucro líquido IFRS, referência para os dividendos, apresentou retração devido aos impactos contábeis dos menores índices de inflação “Diferente da maioria dos transmissores, a empresa tem cerca de 60% das suas receitas corrigidas pelo IGP-M, que registrou deflação de 2,7% no período”, detalha.
Os dividendos aprovados são referentes aos resultados do 1T23, configurando um payout de 81%, aponta Viero. “Concluindo investimentos relevantes e liberando mais resultado, a empresa pode manter um payout elevado sem suscitar um aumento na sua alavancagem, ainda que a manutenção da mesma em um patamar relativamente alto abre os pares (3,7x EBITDA) seja um fator limitante do poder de fogo na disputa por novos ativos nos próximos leilões”, considera a Suno.
Às 11h45 (de Brasília), as Units da Taesa subiam 0,66%, a R$36,44.