BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal de Contas da União (TCU) adiou para a próxima semana votação que pode incluir a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na investigação de possíveis irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A votação, adiada nesta quarta-feira, incluiria também no processo o ex-diretor internacional da estatal Jorge Luiz Zelada.
O TCU também avalia deliberar sobre o congelamento dos bens dos envolvidos.
O ministro José Jorge, relator do caso, propôs ao tribunal adiar a votação para a próxima semana ao tomar conhecimento de que a presidente da estatal teria transferido bens patrimoniais a parentes, segundo denúncia publicada na versão online de O Globo, durante a sessão plenária.
"Resolvi retirar a matéria de pauta para que a notícia seja apurada", disse Jorge.
A reportagem de O Globo apontou que, em 20 de março deste ano, Graça Foster doou "com reserva de usufruto" dois imóveis.
O relator do processo no TCU havia defendido a inclusão de Graça Foster no processo no início de agosto, mas a decisão do tribunal sobre o assunto também havia sido adiada naquela oportunidade.
Outros envolvidos na compra da refinaria nos EUA já foram incluídos no processo do TCU que investiga o assunto, e estão com os bens bloqueados, em decisão tomada em meados de julho.
Naquela oportunidades, o TCU convocou os envolvidos a apresentarem suas defesas, em um caso que, se levar à condenação, pode fazer com que os citados devolvam cerca de 792,3 milhões de dólares à estatal.
O atual diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Almir Barbassa, foi citado pelo TCU entre os envolvidos no processo.
Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente a informação.
(Reportagem de Nestor Rabello)