Temporada de balanços: O que esperar dos resultados do 4T24 das ações brasileiras

Publicado 03.02.2025, 14:04
© Reuters

Investing.com – A temporada de balanços brasileira referente ao quarto trimestre de 2024 inicia nesta semana, com investidores monitorando os resultados diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador, com dólar, juros e inflação mais elevados.

“De forma geral, o consenso de mercado espera outro trimestre sólido para as empresas brasileiras do índice Ibovespa, com crescimento do EBITDA (lucros operacionais) e lucro por ação (LPA), apesar de um crescimento mais tímido para receitas”, ressalta o time de estratégia global da XP.

Em relatório, Paulo Gitz, estrategista global da XP e Maria Irene Jordão, analista global da XP, dizem esperar expansão nos lucros em praticamente todos os setores, considerando as cerca de 150 empresas em sua cobertura. As projeções dos especialistas são de incremento de 8% nas receitas e de 6% no Ebitda.

Os dados do quarto trimestre devem ser positivos diante de uma economia aquecida e sem grandes problemas de inadimplência, na opinião de Fernando Bresciani, analista do Andbank.

“Devem ser resultados ainda bons, mostrando manutenção de boas margens, até mesmo recuperação. E a gente deve ver mais desalavancagem nas empresas, o que vai tornar o Ibovespa ainda mais barato”, completa o analista.

A temporada de resultados é um grande potencial gatilho de curto prazo para as empresas brasileiras e possível driver para a bolsa brasileira, segundo João Daronco, analista da Suno Research.

“Basicamente, o Brasil está bastante pessimista por conta da questão fiscal, juros subindo, etc. Quando a gente olha o macro, ele está bastante difícil, mas quando a gente olha o micro das empresas, a gente é acostumado a dizer o nano das empresas, elas estão muito bem, ou grande parte das empresas listadas”, ressalta.

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Destaques positivos na temporada

Entre os destaques positivos nesta temporada, estão empresas exportadoras, com rentabilidade beneficiada pelo dólar mais forte, acredita Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

“É o caso da Suzano (BVMF:SUZB3), que, além do macro favorável, conta também com a entrada em operação do Projeto Cerrado, que traz mais volume de celulose com o menor custo do mundo, portanto com rentabilidade”.

O setor financeiro também tende a apresentar resultados positivos, pois as empresas não seriam muito afetadas pelo ajuste no câmbio, e contam com impulso do volume de emissões de renda fixa no final do ano passado. “Ademais, a inadimplência segue controlada, especialmente em players que adotaram foco maior na alta renda, como é o caso do Itaú”, adiciona Quaresma.

Entre os setores mencionados por Bresciani, do Andbank, estão transportes, principalmente Santos Brasil (BVMF:STBP3); aviação, com Embraer (BVMF:EMBR3); energia elétrica em geral; alimentos, com destaque para JBS (BVMF:JBSS3); e seguros, como Porto Seguro (BVMF:PSSA3) e BB Seguridade (BVMF:BBSE3),

Os bancos devem apresentar rentabilidade elevada, principalmente o Itaú (BVMF:ITUB4), em sua visão. Os investidores devem monitorar as provisões do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), mas o retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) também tende a ser muito bom, espera o analista.

Em bens de capital, as atenções estão direcionadas para a Weg (BVMF:WEGE3). O varejo e a construção civil ainda devem ter apresentado bons resultados, mas devem sentir a alta nos juros a partir do primeiro trimestre deste ano.

A XP elenca como destaques positivos os setores de proteínas, shoppings e propriedades comerciais, além de papel e celulose.

Quem pode ser pressionado

Empresas mais alavancadas ou com custos dolarizados tendem a ser o destaque negativo, na opinião de Quaresma, que enxerga impacto ainda maior a partir a partir de 2025.

“Além do dólar mais alto prejudicar, a Selic maior pode começar a afetar os lucros em empresas muito endividadas”, ressalta a especialista da Empiricus.

O setor de açúcar e etanol deve vir mais fraco, na visão de Bresciani, diante de uma seca e quebra de safra da cana. Siderurgia e mineração também tendem a apresentar resultados negativos, com queda das cotações internacionais, enquanto o petróleo deve entregar bons volumes, mas o preço de barril pode pressionar, de acordo com o analista do Andbank.

Para os especialistas da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), os resultados devem ser ruins para varejo alimentar e produtores de alimentos.

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