A Tenda (BVMF:TEND3), uma das maiores construtoras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), apresentou prejuízo líquido consolidado de R$ 23,8 milhões no terceiro trimestre de 2023. O montante foi 88,7% menor do que o prejuízo de R$ 210,4 milhões no mesmo período do ano passado, quando o balanço estava machucado pelo estouro de orçamentos de obras.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e consolidado chegou a R$ 50,8 milhões, revertendo o dado negativo de R$ 121,9 milhões de um ano antes. A margem Ebitda foi de 6,5%.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 786,3 milhões, expansão de 37,2% na comparação anual. A margem bruta consolidada e ajustada sobe para 24,1%, avanço de 18,5 p.p.
As despesas consolidadas foram de R$ 118,2 milhões, aumento de 4,8% e o resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) consolidado gerou uma despesa de R$ 27,9 milhões, recuo de 54,7%.
Segmentos
A operação da Divisão Tenda (construção em concreto) gerou prejuízo de R$ 10,3 milhões, enquanto a Divisão Alea (construção em madeira) teve prejuízo de R$ 13,4 milhões.
Na Divisão Tenda, a receita cresceu 31%, para R$ 752,8 milhões, devido ao aumento das vendas e ao reajuste nos preços dos imóveis. A margem bruta ajustada subiu para 25,0%, um salto de 16,8 p.p. O negócio apresentou geração operacional de caixa de R$ 32,3 milhões.
A melhora dos resultados também é explicada pela redução do peso de empreendimentos de 2020 e 2021, que sofreram com a disparada nos custos de construção, correndo suas margens. A expectativa da empresa é que no quarto trimestre menos de 20% da receita seja oriunda dos projetos das safras mais antigas.
Outra razão para a melhora do balanço é que, pela primeira vez desde 2021, a empresa não teve desvios de custo identificados nos seus orçamentos de obras.
Financeiro
A dívida líquida do grupo no fim de setembro foi a R$ 452,8 milhões, 42,5% menor na comparação anual. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida corporativa e patrimônio líquido) foi a 13,0% ante 56,2% um ano antes.
A redução do endividamento foi possível por conta da oferta subsequente de ações (follow-on) de R$ 234 milhões. Na sequência disso, a companhia antecipou o pagamento de dívidas que totalizavam R$ 240 milhões e fizeram uma nova emissão de debênture.