PARIS (Reuters) - O maior grupo sucroalcooleiro da França, Tereos, elevou em 40% o preço pelo qual comprará beterraba açucareira de seus cooperados em relação ao ano passado, com o objetivo de repassar melhores resultados diante do aumento nos mercados de açúcar na Europa.
Em carta enviada a seus 12 mil cooperados na terça-feira, a Tereos disse que para a safra de 2022 pagaria 41,85 euros (40,88 dólares), com prêmio incluído, por tonelada de beterraba sacarina com base em um teor de açúcar de 16 graus, acima dos 29,90 euros registrados na última temporada.
O aumento de preço está ligado exclusivamente ao melhor desempenho industrial e comercial da unidade de negócios de açúcar francesa da Tereos, disse a empresa, acrescentando que registrou um aumento significativo em seu preço médio de venda em relação a 2021.
A Tereos havia dito anteriormente que faria "pelo menos tanto" quanto seus concorrentes na França. A Cristal Union e o braço da Suedzucker na França, a Saint-Louis Sucre, anunciaram preços de 35 euros e 35,50 euros por tonelada, respectivamente.
O sindicato de produtores de beterraba sacarina CGB saudou a decisão da Tereos e pediu a outros produtores de açúcar na França que considerem aumentar seus preços de compra.
"Este anúncio vem no momento certo, já que os rendimentos para a safra de 2022 devem cair acentuadamente em comparação com a média de cinco anos e os custos de produção de beterraba estão experimentando uma inflação recorde, impulsionada principalmente pelos preços dos combustíveis e fertilizantes: quase 15% em 2022 e 35% previstos em 2023 em comparação com o nível de 2021", disse o CGB em comunicado.
Os preços do açúcar europeu estão sendo negociados em níveis recordes, quase três vezes acima dos níveis vistos há um ano, após condições climáticas extremas e um aumento nos custos de energia, o que levantou preocupações nas indústrias de panificação e confeitaria.
A colheita de beterraba sacarina, que está em pleno andamento na França, está mostrando resultados decepcionantes depois que uma seca severa prejudicou o desenvolvimento da safra. O Ministério da Agricultura disse no início deste mês que esperava que o rendimento nacional caísse 6% em comparação com a média de cinco anos.
A Tereos disse esperar que os rendimentos fiquem próximos da média de cinco anos, embora com resultados mistos, e registrem um teor médio de açúcar de 18,2%.
A Tereos é a segunda maior produtora de açúcar do mundo em volume, graças às suas atividades com cana-de-açúcar no Brasil.
(Reportagem de Sybille de La Hamaide)