Thyssenkrupp espera prejuízo líquido com baixa contábil relativa à venda da CSA

Publicado 22.02.2017, 13:13
© Reuters.  Thyssenkrupp espera prejuízo líquido com baixa contábil relativa à venda da CSA

SÃO PAULO/ESSEN (Reuters) - A Thyssenkrupp prevê que a venda da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para Ternium resultará em um prejuízo líquido por causa de uma baixa contábil de 900 milhões de euros relativa à siderúrgica brasileira.

A empresa alemã firmou acordo para vender 100 por cento de sua participação na CSA para Ternium em negócio avaliado em 1,5 bilhão de euros. O valor da operação tomou como base dados de setembro do ano passado, e que inclui dívida de 300 milhões de euros da CSA com o BNDES, segundo informou a Ternium.

A Thyssenkrupp, por sua vez, deve contabilizar a entrada do capital somente na conclusão da venda, prevista para o fim de setembro, mas a baixa contábil já deve ser computada na assinatura do contrato.

Anteriormente, a companhia alemã informou que previa que o lucro líquido do ano financeiro encerrado em setembro fosse melhor que o de 296 milhões de euros apurado no ano anterior.

A venda foi firmada a um preço bem inferior aos 3 bilhões de dólares inicialmente previstos por analistas. O acordo marca a saída da Thyssenkrupp dos negócios de siderurgia nas Américas, que compreendiam, além da CSA, uma usina no Alabama vendida em 2014. As perdas com as operações somaram 8 bilhões de euros ao longo dos anos.

Para o diretor financeiro da Thyssenkrupp, o negócio com a Ternium é "claramente um sinal positivo" para as negociações do grupo alemão com a indiana Tata Steel acerca de uma possível fusão das unidades de siderurgia na Europa.

"Com essa venda, um marco importante na transformação da empresa pode ser atingido e o capítulo bem negativo 'Siderurgia nas Américas' pode ser encerrado", disse o analista do DZ Bank, Dirk Schlamp, em nota.

O acordo também deve reduzir a exposição da Thyssenkrupp a oscilações cambiais, bem como a possíveis riscos decorrentes das promessas protecionistas do presidente Donald Trump, que podem implicar em tarifas sobre importações.

No início da década, a Thyssenkrupp decidiu mudar seu foco da siderurgia para se concentrar em negócios mais lucrativos, como elevadores, submarinos e peças automotivas, além de expandir as operações na Europa.

A venda reduz o percentual da receita gerada pelo aço para menos de 25 por cento. A CSA começou a operar em 2010, mas não conseguiu obter licença de operação. Desde o início, a empresa tem sido alvo de processos por poluição e vem funcionando com uma licença de instalação e uma autorização para pré-operação.

Em nota, a Thyssenkrupp CSA esclarece que cumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta de forma integral e obteve Licença Operacional em setembro de 2016, após o Instituto Estadual do Ambiente atestar que todos os requisitos ambientais foram cumpridos pela empresa, conforme anunciado naquela ocasião em reunião da Comissão Estadual de Controle Ambiental.

(Por Guillermo Parra-Bernal e Matthias Inverardi, com reportagem adicional de Maria Sheahan e Aluísio Alves)

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