A gigante petrolífera francesa TotalEnergies (EPA:TTEF) registrou um novo encargo contábil de US$ 3,1 bilhões vinculado a seus ativos russos, elevando suas perdas totais relacionadas à Rússia para quase US$ 11 bilhões este ano, entre as mais altas das empresas ocidentais.
De início, a empresa com sede em Paris foi desafiadora em manter laços comerciais na Rússia, em contraste com rivais como BP, Shell (NYSE:SHEL) e Exxon Mobil (NYSE:XOM), que rapidamente planejaram suas saídas após a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro.
Depois que a guerra eclodiu, empresas que iam de varejistas a montadoras e operadoras de restaurantes de fast-food pesaram os riscos financeiros e de reputação de permanecerem onde estavam, à medida que o Ocidente procurava cada vez mais isolar a Rússia das redes financeiras e comerciais globais. Enquanto muitas saíram, desde o início a TotalEnergies defendeu suas decisões de se apegar a grandes investimentos em campos de petróleo e gás russos, juntando-se a outras empresas francesas que demoravam a recuar.
Mais recentemente, a TotalEnergies disse que sua estratégia é suspender gradualmente suas atividades na Rússia que não contribuem diretamente para a segurança do fornecimento de energia na Europa, ao mesmo tempo em que não corta todas as conexões com o país. O presidente-executivo, Patrick Pouyanné, repetiu no mês passado que a empresa cumprirá os contratos de gás natural existentes na Rússia, desde que as atividades não violem as sanções europeias.
Em agosto, a companhia vendeu sua participação de 49% em uma joint venture que opera o campo de gás Termokarstovoye para seu parceiro russo PAO Novatek, em meio a perguntas de alguns políticos franceses e investigadores não governamentais sobre se o combustível do projeto ajudou as forças russas. A TotalEnergies diz que não produzia combustível de aviação para os militares russos.
Embora a decisão da TotalEnergies de manter negócios na Rússia tenha um custo, a empresa está entre as maiores beneficiárias dos preços mais altos do petróleo e do gás que foram parcialmente estimulados pela guerra na Ucrânia.
Nesta quinta-feira, a empresa divulgou lucro líquido ajustado de US$ 9,9 bilhões no terceiro trimestre, mais que o dobro do resultado do mesmo período do ano passado. Isso deu continuidade a uma série de lucros recordes para a empresa que, como outros grandes produtores de energia, enfrentou calor político em casa e no exterior pelos ganhos inesperados.