A B3 (SA:B3SA3), a Bolsa brasileira, divulgou na sexta, 28, seu ranking do ISE, um índice de sustentabilidade das companhias listadas. A lista é válida para os anos de 2021 e 2022, com a holding do setor elétrico EDP Brasil (SA:ENBR3) na liderança - foi a única empresa com nota acima de 90 em uma escala que vai até 100 pontos.
Logo em seguida, vêm a varejista Lojas Renner (SA:LREN3), a operadora Telefônica Brasil (SA:VIVT3), a CPFL Energia (SA:CPFE3) e companhia de cosméticos Natura & Co (SA:NTCO3). - todas com notas acima de 80. Nas cinco posições seguintes aparecem as empresas Klabin (SA:KLBN11) (papel e celulose), Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Ambipar (SA:AMBP3) (serviços ambientais), Suzano (SA:SUZB3) (papel e celulose) e Engie Brasil (SA:EGIE3), de energia.
A Bolsa havia anunciado, no ano passado, novas regras para o ranking, dentro de tendência de pressão cada vez maior de investidores para que as companhias adotem ações ESG (sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança) em seu dia a dia.
A pontuação definida pela B3 leva em conta características das empresas como capital humano, governança corporativa, modelo de negócios e inovação, capital social, meio ambiente e CDP (programa de transparência em emissões de carbono).
No top 10, o indicador mais fraco foi o de capital humano. Esse item, que leva em conta práticas trabalhistas, teve nota geral de 68,74 pontos. Já o melhor desempenho foi registrado no critério de meio ambiente, com 96,57 pontos.
Segundo a B3, as empresas apresentaram documentos para subsidiar os questionários. No entanto, não foi realizada qualquer auditoria a partir das informações enviadas. Além da pontuação em si, uma avaliação qualitativa das respostas também ajuda a compor a nota, segundo a Bolsa.
À frente
No mercado nacional há mais de 20 anos, EDP Brasil é parte do grupo europeu Energias de Portugal (LS:EDP). A empresa assumiu um compromisso público de, até 2032, reduzir em 85% suas emissões de carbono em relação a 2017.
"Hoje, existem investidores que exigem boas práticas de ESG. O que antes era um pormenor passou a ser algo desejável e, agora, é prioridade. Por isso, tomamos atitudes práticas", afirmou ao Estadão o presidente da EDP no Brasil, João Marques da Cruz.
No ranking da B3, no quesito capital humano, a EDP teve como sua pior nota 33,33 no item chamado "redução das desigualdades". Para melhorar esse indicador, a companhia tem como meta garantir, ao menos, 20% de mulheres em posições de liderança até o fim deste ano, bem como preencher metade das novas vagas de emprego com pessoas de grupos hoje sub-representados.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.