SÃO PAULO (Reuters) - A transmissora de energia Cteep pretende diversificar negócios nos próximos anos por meio de uma expansão gradual rumo a novas atividades, como tecnologias de armazenamento e de geração distribuída, e uma aposta em modelos que permitam gerar recursos com o aproveitamento de imóveis de alto valor hoje ocupados por subestações da companhia em São Paulo.
A elétrica é controlada pelo grupo colombiano Isa, que colocou o Brasil entre os países prioritários para investimentos nos próximos anos, e o desenvolvimento dos novos negócios está em fase inicial, disse a jornalistas o presidente da Cteep, Reynaldo Passanezi, após participar de evento com investidores.
"O 'core' da empresa é transmissão, e seguirá transmissão, como o principal eixo de investimento. O que a gente está dizendo é que, além desse eixo tradicional de crescimento, a gente vai trazer também uma diversificação", afirmou Passanezi.
Ele explicou que a companhia pode investir em projetos de geração para atender à demanda de clientes conectados à sua rede, a chamada geração distribuída, e em tecnologias de armazenamento de energia que permitam melhorias no serviço de transmissão e na operação do sistema, por exemplo.
Já em relação aos imóveis, a ideia é modernizar subestações que ocupam terrenos da empresa em áreas nobres, o que reduz o espaço ocupado pela infraestrutura elétrica e abre caminho para a monetização da área desocupada.
"Quando faço uma subestação 'blindada', economizo um espaço. Uma subestação de 20 mil metros quadrados, se faço ela blindada, talvez ocupe 3 mil metros", explicou o executivo.
Ele ressaltou que a definição de um modelo exige conversas com o governo porque os ativos estão associados à concessão da empresa para prestação do serviço e que há avaliações internas sobre como monetizar o patrimônio imobiliário da transmissora.
"Não sei qual o modelo. O modelo pode ser vender (o terreno desocupado pelas modernizações), ser sócio... na verdade é aproveitar os movimentos de renovação. Você faz uma subestação menor e libera terreno", acrescentou Passanezi.
O diretor de Projetos da Cteep, Weberson Guioto, disse que a companhia já está trabalhando em um primeiro projeto para monetização de seu patrimônio imobiliário, mas ele e os demais executivos da companhia não relevaram qual seria o ativo envolvido nas tratativas.
"A gente está fazendo os primeiros passos e está caminhando muito bem, podemos no ano que vem ter resultados", afirmou Guioto, sem detalhar.
Para Passanezi, as novas linhas de negócio que a Cteep pretende explorar ainda são "bebês" no portólio da elétrica, mas poderão ganhar força no longo prazo.
"A gente brinca dentro da companhia que são nossos bebês. A gente tem um negócio maduro e alguns bebês", afirmou.
EXPANSÃO
Em paralelo, a Cteep segue ativa na busca por oportunidades de expansão de seus negócios de transmissão de energia.
A companhia tem avaliado projetos que serão oferecidos a investidores pelo governo em um leilão de concessões para novos empreendimentos de transmissão agendado para 20 de dezembro, segundo Passanezi.
"A gente está olhando... e espero fazer lances", afirmou o executivo, ressaltando que a empresa está em conversas com eventuais parceiros e fornecedores para o certame.
Por outro lado, a Cteep não entrará em um leilão de ativos da estatal gaúcha CEEE em dezembro, por falta de tempo hábil para analisar oportunidades, segundo ele.
(Por Luciano Costa)