Por Joey Roulette
WASHINGTON (Reuters) - O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu nesta quarta-feira Jared Isaacman para chefiar a Nasa, selecionando um astronauta privado bilionário e sócio do empresário Elon Musk para supervisionar uma agência intimamente ligada aos negócios do fundador da SpaceX.
Isaacman, CEO da empresa de pagamentos Shift4 Payments, viajou duas vezes para o espaço em cápsulas da SpaceX, em missões totalmente privadas e organizadas pelo programa Polaris, trabalhando com Musk e gastando centenas de milhões de dólares como um cliente-chave do negócio, então incipiente, de astronautas privados da SpaceX. Se aprovado pelo Senado, Isaacman, que não tem experiência no setor público, supervisionaria um orçamento de aproximadamente 25 bilhões de dólares. A principal prioridade da agência é levar seres humanos de volta à Lua com o programa Artemis, um esforço promovido por Trump durante seu primeiro mandato e que usará muito a Starship, da SpaceX.
"Jared conduzirá a missão de descoberta e inspiração da Nasa, preparando o caminho para conquistas inovadoras em ciência, tecnologia e exploração espacial", afirmou Trump em publicação em sua plataforma, Truth Social.
Isaacman, que tem 41 anos, deve aprofundar a estratégia da agência de depender de empresas privadas para ir ao espaço como serviço comercial. Isso pode ser visto como uma ameaça existencial ao foguete Space Launch System, da Nasa, um enorme veículo de lançamento construído pela Boeing (NYSE:BA) e pela Northrop Grumman, projeto que está acima do orçamento e é um elemento crucial do programa Artemis, ao lado da Starship.
"O espaço tem um potencial inigualável para avanços em manufatura, biotecnologia, mineração e talvez até mesmo caminhos para novas fontes de energia", disse Isaacman em comunicado, dizendo que é "apaixonado pelo fato de os EUA liderarem a aventura mais incrível da história humana".
Os dois últimos chefes da Nasa eram políticos. O primeiro chefe da agência sob Trump, o ex-parlamentar de Oklahoma Jim Bridenstine, lançou o programa Artemis e convenceu o Congresso a aumentar o orçamento da agência para financiá-lo. Biden nomeou o ex-senador Bill Nelson, da Flórida.
(Reportagem de Ismail Shakil e Doina Chiacu)