NOVA YORK/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que pediu à Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador dos mercados de capitais dos EUA, para estudar o impacto de permitir que empresas apresentem seus relatórios financeiros regulares a cada seis meses, em vez de trimestralmente.
"Isso permitiria uma maior flexibilidade e economizaria dinheiro", disse ele em um post no Twitter na sexta-feira.
Empresas de capital aberto nos Estados Unidos atualmente registram seus relatórios de resultados a cada três meses, ou quatro vezes por ano. A mudança potencial permitiria que reduzissem esses registros para dois por ano.
O tuíte de Trump marcou a primeira vez que ele tratou pessoalmente sobre o assunto, e provavelmente vai aumentar as esperanças das empresas e lobistas de que mais pode ser feito para afrouxar as regras de apresentação de relatórios.
Ainda assim, como uma agência independente, a SEC não pode ser forçada pelo presidente a implementar quaisquer mudanças nas regras. Tais mudanças teriam que ser votadas pelos comissários que têm assento no órgão regulador e que são nomeados politicamente.
Qualquer movimento para acabar com os relatórios trimestrais provavelmente se depararia com uma feroz oposição dos dois comissários da agência, Robert Jackson e Kara Stein, há muito defensores de uma forte gorvenança corporativa.
Com o tuíte, Trump entrou em um longo debate sobre a divulgação corporativa. Executivos de empresas argumentam que os relatórios trimestrais levam a um foco doentio nos lucros de curto prazo, enquanto os investidores normalmente preferem mais divulgações.
Trump disse que pediu à SEC para considerar a mudança depois de conversar com vários líderes empresariais. Ele disse que um executivo sugeriu a mudança como uma forma de impulsionar os negócios, embora ele não tenha nomeado a pessoa ou a empresa.
Trump recentemente recebeu vários líderes de empresas durante as férias em seu clube de golfe particular em Bedminster, New Jersey, incluindo os chefes da Apple (NASDAQ:AAPL), da Fiat Chrysler Automobiles, da Boeing, da FedEx e Honeywell International.
O governo Trump disse que gostaria de reduzir a burocracia que acredita ser responsável por um declínio de 50 por cento na listagem de empresas em bolsa nas últimas duas décadas, incluindo a flexibilização de alguns dos requisitos de divulgação e conformidade para empresas listadas e firmas que desejam abrir capital em bolsa.
Em um relatório publicado pelo Tesouro dos EUA em outubro, o governo estabeleceu um plano detalhado para uma série de mudanças nas regras do mercado de capitais que esperava revitalizar as operações de listagem em bolsa. Ainda assim, o relatório não chegou a sugerir o abandono das obrigações de relatórios trimestrais para as empresas.
A SEC e os escritórios dos comissários não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
(Por Lawrence Delevingne, Susan Heavey, Michelle Price, Makini Brice, Pete Schroeder e Ernest Scheyder)