HOUSTON (Reuters) - A estatal venezuelana PDVSAreduziu as vendas de petróleo para sua unidade de refino nos Estados Unidos, Citgo Petroleum, enquanto aumentou o fornecimento para a russa Rosneft, após um plano assinado em maio para recuperar entregas atrasadas, segundo documentos da PDVSA, disseram fontes da companhia e suas joint ventures.
A produção de petróleo da Venezuela tem caído desde 2012, com a queda acelerando neste ano em meio à falta de investimento e atrasos de pagamentos a fornecedores. Quase todos os clientes da PDVSA estão recebendo volumes reduzidos. Isso inclui os Estados Unidos, que receberam menos petróleo venezuelano neste ano.
A PDVSA concordou no plano de recuperação em compensar a Rosneft pelas cargas atrasadas, uma vez que o petróleo está sendo enviado como pagamento a empréstimos.
O ministro do Petróleo da Venezuela disse em um fórum em São Petersburgo em junho que a Rosneft receberia cerca de 70 mil barris por dia como pagamento de um empréstimo de 1,5 bilhão de dólares feito pela PDVSA em 2016. Ele não detalhou o motivo para o acordo de fornecimento.
Dias depois, a Rússia lançou publicamente uma renegociação de empréstimos bilaterais com a Venezuela, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A Câmara de Auditoria russa disse que iria cortar a receita estatal estimada para este ano em quase 1 bilhão de dólares para refletir expectativas de que a Venezuela não faria os pagamentos pontualmente.
"O acordo está ligado ao refinanciamento da dívida. A ideia é recuperar os atrasos reduzindo o número de carregamentos pendentes (para pagar a dívida), disse uma fonte da PDVSA.
A Rosneft e a Citgo não estavam imediatamente disponíveis para comentário.
A Rosneft emprestou entre 4 bilhões e 5 bilhões de dólares à Venezuela nos últimos anos, a maior parte a ser paga com petróleo. Os termos da maior parte dos acordos não foram divulgados, mas renegociações aconteceram nos últimos meses.
(Por Mariana Parraga)