Por Gabriel Codas
Investing.com - O UBS avalia que a forte desvalorização do real (35% no acumulado do ano) e a queda nos preços da nafta (50% no acumulado do ano) podem dar suporte aos resultados da Braskem (SA:BRKM5), apesar das preocupações do lado da demanda. A recomendação do banco de investimento segue de compra para a ação da petroquímica, com preço-alvo em R$ 28,00, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira e assinado pelos analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra.
Os analistas do banco de investimentos ainda prevêem cenários desafiadores de médio a longo prazo, com excesso de capacidade global, o problema ambiental de Alagoas e uma possível revisão do contrato de etano no México. Para os analistas, essas questões já estão com preços parcialmente cotados pelo mercado. Um risco adicional é o aumento do preço do petróleo, que pode aumentar os preços das matérias-primas e mais uma vez a pressão se espalha para a Braskem.
A governança corporativa envolvendo o processo de recuperação judicial da Odebrecht e os possíveis resultados de futuras mudanças no controle da empresa podem ser resolvidos assim que a pandemia terminar, apoiada por declarações do CEO da Petrobras (SA:PETR4) sobre a intenção de seguir com o desinvestimento até o início de 2021.
A equipe não considera a liquidez da empresa uma preocupação. Mesmo em um cenário estressante, acredita que a empresa ainda pode gerar caixa. Sua alavancagem, que alcançou 4,3x dívida líquida / EBITDA, pode ser vista como um risco de curto prazo, mas o perfil da dívida está bem equilibrado, com apenas US$ 200 milhões em dívida em 2020.
No cenário de base, os analistas observam um preço de PE a longo prazo de US$ 911 / tonelada, utilização doméstica de polímeros em 90% e utilização no México em 90%. A taxa de crescimento da perpetuidade é de 2,5% e média taxa de câmbio é de R$ 4,89 para 2020.
As ações da Braskem disparavam 7,52% a R$ 28,46 às 11h24 na bolsa paulista, com o Ibovespa registrando avanço de 1,46% a 86.713 pontos.